quarta-feira, 18 de março de 2015

SEM AUXÍLIO, MÃES MANTÊM FILHOS ESQUIZOFRÊNICOS AMARRADOS E EM CELA.


Mães lutam para cuidar dos filhos com esquizofrenia em Anápolis, a 55 km de Goiânia. Elas dizem que buscaram tratamento na rede pública de saúde da cidade, mas não conseguiram auxílio. Com isso, em alguns casos, os esquizofrênicos são mantidos amarrados e até em espécies de celas montadas dentro das casas. Após denúncias, a Delegacia de Proteção ao Deficiente da cidade passou a investigar os casos.
“Cada situação deve ser analisada isoladamente, mas essas famílias têm o direito de receber um tratamento domiciliar, quando os médicos e remédios venham até elas, pois não há condições de que elas levem esses filhos aos postos de saúde e hospitais. Eles são agressivos”, disse o delegado Manoel Vanderic.
A mesma dificuldade é relatada pela mãe de um garoto de 17 anos. Ela conta que o filho não tem noção da realidade, é muito violento e precisa ser mantido amarrado o tempo todo. A mulher, que não quer se identificar, disse que não pode trabalhar, pois precisa cuidar do menor, e que a família enfrenta dificuldades financeiras.Na casa de um homem de 27 anos, diagnosticado com a doença, a família precisou criar uma espécie de cela para mantê-lo em segurança. As grades de ferro foram instaladas na porta do quarto em que ele dorme, para impedir que ele saia e agrida alguém. Além disso, nas janelas são usados pedaços de madeira para bloquear os acessos.

A mãe conta que ao nascer o filho teve falta de oxigenação no cérebro e que isso foi uma das causas da esquizofrenia. “A gente se desespera, pois às vezes a gente acha que ninguém vem ajudar. Eu procuro pedir ajuda, mas é muito difícil. Imploro por socorro”, contou a mulher, aos prantos.

A mãe mostra marcas nas mãos e nos rostos que, segundo ela, são resultado de constantes agressões feitas pelo filho durante as crises. “Socorro, me ajuda, pelo meu filho que está sofrendo também. Eu não estou mais aguentando, não estou mais tendo forças para segurá-lo. Então, quando eu não der mais conta, quem é que vai cuidar do meu filho?”, questionou a mãe.
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