Os deputados federais de Goiás Sandes Júnior e Roberto Balestra, ambos do Partido Progressista (PP), afirmam terem sido surpreendidos por estarem entre os políticos suspeitos de envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras, revelado pela Operação Lava Jato. Em entrevistas por telefone, neste sábado (7), eles negaram envolvimento no caso.
A lista com nomes de políticos foi divulgada na noite de sexta-feira (6) pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), que autorizou a abertura de inquérito para investigar o grupo. Das 49 pessoas suspeitas, há 22 deputados federais, 12 senadores, 12 ex-deputados e uma ex-governadora, pertencentes a cinco partidos, além de dois dos chamados "operadores" do esquema – o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, e o lobista Fernando Soares, o "Fernando Baiano".
De acordo com o depoimento do doleiro Alberto Youssef, um dos principais articuladores do esquema, Sandes e Balestra faziam parte do grupo de menor expressão dentro do PP, que recebia repasses mensais entre R$ 30 mil e R$ 150 mil da "cota" da legenda no esquema de corrupção que atuava dentro da Petrobras.
O deputado Sandes Júnior afirmou que não conhece e nunca conversou com ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa ou com o doleiro Alberto Youssef. Sobre doações de campanha, Sandes afirmou ter recebido, oficialmente, via partido, R$ 175 mil em 2014. Ele afirma que todas as doações foram declaradas e as contas aprovadas.
Sandes Júnior disse ainda que aguarda conhecer o processo para apresentar sua defesa. Ele está em seu quarto mandato como deputado federal por Goiás.
O deputado Roberto Balestra, por sua vez, afirma nunca ter recebido doações da empresa. Ele diz também não saber do que está sendo acusado e aguarda a acusação para se defender. Balestra está em seu oitavo mandato como deputado federal. Em 2004, se licenciou e exerceu o cargo de secretário de Agricultura do estado.
Em nota oficial, o vice-governador e presidente estadual do PP, José Eilton, defendeu os deputados e afirmou que o partido tem “convicção na integridade de ambos, bem como a certeza de que irão provar sua inocência”.
Eilton ressaltou ainda que todos os pepistas em Goiás "têm a confiança de que o partido sairá desse momento mais maduro, unido e focado na renovação política - imperativo para que todos possam construir um novo PP”.
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