segunda-feira, 20 de abril de 2015

COMISSÃO APURA ESTUPROS A MENORES DESCENDENTES DE QUILOMBOLAS EM GO.


Membros da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados realizam, nesta segunda-feira (20), uma audiência pública na cidade de Cavalcante, no nordeste de Goiás, para apurar denúncias de abusos sexuais contra crianças e adolescentes kalungas, que são descendentes de quilombolas. Desde janeiro, a Polícia Civil já concluiu dez inquéritos de estupro de meninas com até 14 anos. Um deles indiciou o vereador Jorge Cheim (PSD), de 62 anos, em fevereiro passado, por estupro de uma criança de 12 anos.

O G1 tentou contato com o vereador Jorge Cheim, mas ele não foi localizado até a publicação dessa reportagem. A Câmara Municipal de Cavalcante também foi procurada, mas as ligações não foram atendidas.
Também participam da audiência representantes do Ministério Público de Goiás, do governo estadual, e da Ordem dos Advogados do Brasil em Goiás (OAB-GO).A comunidade Kalunga que vive em Cavalcante é uma das maiores do Brasil. O grupo ocupa uma área de 260 mil hectares, nas proximidades da Chapada dos Veadeiros, onde moram aproximadamente 8 mil quilombolas. Carentes, muitas crianças e adolescentes precisam trabalhar em troca de alimentação e estudos.

Durante a audiência pública, os deputados pretendem ouvir autoridades locais, familiares das vítimas e cidadãos que quiserem fazer novas denúncias de violência e abuso. Após esse processo, a comissão vai decidir se pede a participação de outros órgãos federais para garantir os direitos das crianças e adolescentes, além de abrir inquéritos para apurar a responsabilidade dos crimes.
Investigação
O delegado responsável pelo caso, Diogo Luiz Barreira, explicou ao G1 que o vereador Jorge Cheim começou a ser investigado em novembro de 2014, depois que uma criança de 12 anos denunciou que foi estuprada na fazenda do parlamentar. “Ele acordou à noite, amarrou a menina na cama e abusou dela”, disse. Após o crime, a criança procurou o Conselho Tutelar e denunciou o político.
Conforme o delegado, a menina morava com a família de Cheim na cidade e estava com eles a passeio na propriedade rural. Eles eram a família substituta da garota desde que os pais perderam a guarda. O delegado não soube informar o motivo e nem quando a menina se mudou do povoado Vão do Moleque, onde vivia, para a casa do suspeito.
De acordo o depoimento da vítima à polícia, houve só um episódio de abuso. Depois do crime, ela pediu para se mudar para a casa de tios, que também moram em Cavalcante. Além do depoimento da vítima, o delegado informou que o laudo do Instituto Médico Legal (IML) comprovaram que a menina foi vítima de abuso.

Barreira ressaltou, ainda, que os outros investigados pelos casos de abuso sexual são moradores da cidade.
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