O secretário de governo de Ronaldo Caiado (DEM), Ernesto Roller (MDB), se reuniu na noite desta quarta-feira, 23, na sede da Secretária de Fazenda, com o Fórum em Defesa dos Servidores e Serviços Públicos do Estado de Goiás para dar retorno sobre a proposta sugerida na última segunda-feira, 21, durante a assembleia geral que ocorrei no Palácio Pedro Ludovico Teixeira. Apesar de aguardar por um retorno positivo, os servidores receberam mais uma proposta de escalonamento da folha de dezembro de 2018, desta vez em 5 parcelas, e que foi rejeitada pelo Fórum.
Apesar da rejeição dos sindicatos, e sob os protestos dos servidores presentes que clamavam, em coro, dizendo “paga dezembro”, Ernesto afirmou em nota enviada, que vai quitar a folha de dezembro do funcionalismo público a partir de março, com estas cinco parcelas. A proposta anterior previa o pagamento em seis meses.
O governo pretende depositar, entre março e julho, o salário referente ao mês de dezembro para os 156.206 servidores que ainda não receberam o pagamento e, segundo o secretário, esse calendário prioriza aqueles que ganham menos e que são maioria no funcionalismo: “Nós conseguiríamos atingir 60% da folha nos dois primeiros meses”.
De acordo com a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego), Bia de Lima, a proposta não foi aceita pro que não “contempla em nada”. “Parece birra não pagar dezembro, queremos o pagamento integral e provamos que o governo tem condições, inclusive com os recursos do Fundeb [Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica] que possui R$ 249 milhões e que não estão sendo mostrados aqui [pelo governo]”, declarou.
Bia insistiu que o não pagamento da folha se trata de medida política do governador. “Queremos que Caiado pare de fazer política partidária com nossos salários, pois somos nós que temos direito de receber”, Completou
A partir de agora, ainda segundo a presidente do Sintego, as categorias irão fazer um trabalho intenso chamando assembleias para saber qual o movimento queiram fazer juntamente com o Fórum. “A minha com certeza já sabe o que vai fazer”, conclui sendo interrompida pelos gritos de “greve”, pronunciados pelos servidores.
Outro porta voz do Fórum, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público do Estado de Goiás (SindiPúblico), Nylo Sérgio, afirmou que a questão de empenho dos salários, usada como justificativa pelo governo, “não é uma desculpa”. “Nós sabemos que foram pagos R$ 150 milhões para bancos sem emprenho, ou seja, essa questão não é uma desculpa”, disse.
Sefaz
Dados da Sefaz indicam que a previsão para 2019 é de um déficit de 6,19 bilhões de reais nas contas públicas. Por isso, de acordo com o governo, medidas “severas” tem sido adotadas, como a redução dos incentivos fiscais para o setor produtivo, o corte de despesas de manutenção e a demissão de servidores comissionados. Os ajustes contribuíram para que os salários de janeiro começassem a ser pagos no último dia 21, portanto, dentro do mês trabalhado.
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