domingo, 27 de janeiro de 2019

Goiás registra mais de 1,3 mil de casos de hanseníase por ano


É celebrado neste domingo (27) o Dia Mundial de Luta Contra a Hanseníase e é por isso que neste mês também é realizada a campanha Janeiro Roxo. O objetivo da ação é orientar e conscientizar a população sobre a importância do diagnóstico precoce e tratamento adequado da doença.
O Brasil tem mais de 30 mil novos casos de hanseníase por ano, sendo o segundo país no mundo com mais registros da doença. Em Goiás, são feitos mais de 1,3 mil registros por ano. Em 2016, a estatística foi de 1.320 casos notificados. Em 2017, foram 1.342 e, em 2018, os dados parciais apontam para 1.321 notificações. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde (SES) de Goiás, os dados representam 20,4/100 mil habitantes no coeficiente de detecção, índice considerado alto de acordo com os parâmetros da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Foi por acaso que a designer de interiores, Cristiane Valim descobriu que estava com hanseníase. Ao fazer um procedimento estético no rosto, o dermatologista desconfiou de uma mancha próxima ao olho. Cristiane ficou surpresa quando o médico pediu uma biópsia. Segundo ela, na hora levou um susto porque, até então, não tinha percebido nada de diferente.
“Senti vergonha quando o médico disse que era hanseníase. As pessoas ainda têm muito preconceito com essa doença, infelizmente. Também fiquei bem preocupada porque na minha família duas pessoas tiveram hanseníase e ficaram com sequelas”, conta. Como descobriu a doença no estágio inicial, o tratamento foi tranquilo e ela foi curada sem nenhuma sequela.
Normalmente, a doença costuma evoluir lentamente e pode levar até 20 anos para que os sinais da infecção sejam detectados. “Os principais sintomas são manchas na pele que podem ser únicas ou várias e de diferentes formas e tonalidades, sendo claras ou avermelhadas e essas manchas podem provocar também alterações de sensibilidade ao frio, calor e toque”, afirma a dermatologista Paula Azevedo Costa. Outros sintomas são formigamento, sensação de choque, dormência e queimaduras nas mãos e pés pela perda da sensibilidade, além de falta de força e problemas nos olhos.
A doença 
A hanseníase é uma doença infecciosa, causada por um bacilo que acomete a pele e os nervos. A forma de contágio ocorre pelas vias aéreas superiores (ao falar, tossir ou espirrar), por pessoas doentes que não estejam em tratamento. Quando não diagnosticada e tratada precocemente, a hanseníase evolui para incapacidade física, principal responsável pelo preconceito e discriminação às pessoas acometidas pela doença, que tem cura.
Mesmo sendo infectocontagiosa, e ser transmitida pela respiração a partir do contato com pacientes não tratados, a hanseníase tem cura. Apesar de ser uma doença muito estigmatizada que carrega ainda muito preconceito,  o tratamento é simples: um coquetel composto de dois ou três antibióticos, de acordo com a gravidade do caso.
O tratamento tem duração média de um ano e está disponível nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) da rede pública. Ele é realizado em ambulatório, sem necessidade de internação e evita o contágio logo na primeira dose.
O tratamento da doença varia de seis meses a um ano, dependendo da quantidade de bacilos e lesões, e os medicamentos são gratuitos e estão disponíveis na rede SUS. Magna Carvalho, gerente de Vigilância Epidemiológica da Secretaria da Saúde de Goiás (SES-GO), explica que o diagnóstico precoce e o tratamento oportuno são as principais formas de prevenir as deficiências e incapacidades físicas causadas pela hanseníase.
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