O caminho da empresa de Saneamento de Goiás (Saneago) no governo de Ronaldo Caiado (DEM) deve ser o da abertura de capital. “Em meio a esse conjunto de ações, devemos ter a abertura de capital, mantendo o Estado como o maior acionário e, portanto, com o controle da empresa. Isso é uma questão que já vinha sendo trabalhada dentro da empresa e pretendemos dar andamento”, disse o novo presidente da companhia, Ricardo Soavinski, ao Jornal O POPULAR.
Segundo ele já existe um trabalho nesse sentido sendo desenvolvido dentro da Saneago e a nova gestão pretende dar andamento. “O nosso entendimento é de que a Saneago precisa de uma série de ações para fortalecer sua capacidade financeira, para que possamos expandir os serviços, especialmente de coleta e tratamento de esgoto, visto que o abastecimento de água já está praticamente universalizado”, justificou Soavinski.
A ideia de abrir o capital da empresa para o mercado de ações de fato não é nova. Em 2017, ainda no governo de Marconi Perillo (PSDB), a direção da empresa chegou a emitir um comunicado no qual afirmava que a Saneago estaria sendo preparada para a oferta pública de ações da companhia.
A estratégia inicial seria disponibilizar 25% do capital da empresa ao mercado, por meio de oferta pública de ações (IPO, na sigla em inglês) e abrir possibilidade de ampliar até o máximo de 49%, o que manteria o Estado como maior acionário da empresa. À época, a expectativa era de que todo o processo fosse concluído até o início de 2018, o que acabou não acontecendo.
A gestão que acaba de assumir a Saneago ainda não fala em números ou datas previstas dentro do processo de abertura de capital.“O plano é trabalhar nessa direção, mas até que isso de fato aconteça, temos um longo caminho pela frente”, afirmou o novo presidente.
Privatização
Soavinski respondeu também a afirmação da secretária da Fazenda, Cristiane Schmidt, na última quinta-feira (3), quando disse que, pessoalmente é a favor de privatizações, e que, se dependesse dela, a Saneago estaria no radar de privatizações. “A gente ainda não discutiu, mas no meu (radar) específico está. Não é só uma decisão minha. Se fosse, já poderia dizer que está, porque sou pró-privatização”, disse Schimidt em entrevista para a rádio CBN Goiânia.
“Entendo que todos estamos chegando agora no governo e, logicamente, a fala dela deve ter sido de maneira geral”, respondeu Soavinski. “O nosso desejo é buscar a universalização do abastecimento de água e da coleta e tratamento de esgoto em Goiás e vamos buscar fazer isso da forma mais segura e rápida possível. Hoje o planejamento caminha para a abertura de capital, além disso, não existe qualquer análise mais aprofundada”, concluiu.
Apesar do posicionamento liberal da secretária da Fazenda e futura secretária da Economia, o governador Ronaldo Caiado (DEM) prometeu durante a campanha eleitoral do ano passado que não iria privatizar a Saneago. Além disso, durante o processo de privatização da Celg Distribuição (Celg-D), o então senador se posicionou fortemente contra.
A possibilidade de privatização levantada pela secretária também afeta os municípios que detém contratos de concessão dos serviços de água e esgoto com a Saneago. No caso de Goiânia, por exemplo, o contrato foi renovado recentemente.“Temos que ver a sequência dos acontecimentos para saber se essa vai ser mesmo a decisão do governo do Estado”, disse o procurador-geral do Município de Goiânia, Brenno Kelvys. “Sendo essa a determinação, teremos que estudar as consequências jurídicas disso para o contrato”, concluiu.
0 comentários:
Postar um comentário