Carnaval é sinônimo de água na maior parte das cidades turísticas de Goiás, não só por acontecer no período chuvoso, mas porque as principais cidades turísticas do Estado tem como atrativos lagos, rios, clubes e cachoeiras. A Saneamento de Goiás S/A (Saneago) garante que não há risco de desabastecimento nos principais pólos turísticos. Mas, por conta de um da estiagem de janeiro, visitantes de municípios como Caldas Novas e Três Ranchos encontrarão um cenário mais seco que o de costume.
Em Caldas Novas, no Sul goiano, o Lago Corumbá se tornou um dos emblemas da crise hídrica no Estado. “O nível está tão baixo que não tem rampa para descer as embarcações. Ficou só barro. Até andar de canoa é perigoso, porque há o risco de bater em galhos e pedras”, diz o coronel Mauro Gonçalves Queiroz, comandante do 9º Batalhão do Corpo de Bombeiros, na cidade.
Caldas Novas passou por problemas de abastecimento em janeiro, período em que recebe um grande quantidade de turistas em férias. Mas, de acordo com o Departamento Municipal de Água e Esgoto (Demae), não faltará água durante o Carnaval. A prefeitura da cidade inauguraria um novo reservatório, o R-2, com capacidade para armazenar 2,5 milhões de litros de água.
De acordo com o diretor técnico e financeiro do Demae, Edvaldo Guerra dos Santos, o R-2 vai atender os bairros da parte alta da cidade, como o Jardim Cerrado, Itanhangá II e Bandeirante, que sofreram cortes de água por conta da seca em janeiro. “Fizemos obras em adutoras para ampliar o atendimento dos bairros e acreditamos que será suficiente para suprir a demanda flutuante (turistas)”, disse Santos.
Segundo o diretor, o problema no início do ano ocorreu por conta do aumento da demanda aliado à estiagem. A Demae calcula que o nível do Rio Pirapitinga, que abastece a cidade, caiu de 35% a 40%, em relação aos janeiros anteriores. O diretor não soube informar a vazão média do manancial, mas diz que o departamento bombeia 280 litros por segundo no ponto de captação. “Há mais de oito anos a vazão vem diminuindo. A gente vê pela medição na régua”, constata.
A assessoria de imprensa do Grupo Privè diz que não há risco de falta de água nos parques aquáticos. A rede diz ter investido cerca de R$ 1,5 milhão em sistemas de tratamento de esgoto, com reaproveitamento de 45% dessa água. Mas funcionários do Náutico, clube da rede situado às margens do Lago Corumbá, dizem que os passeios de escunas estão suspensos.
Caldas Novas está entre os 32 municípios goianos que, de acordo com o Atlas do Abastecimento Urbano da Agência Nacional das Águas (ANA), precisariam encontrar um novo manancial para captação até 2015, para não sofrer com a falta de água. No mesmo relatório estão Três Ranchos, Cidade de Goiás e Pirenópolis, destinos também bastante procurados durante a festa de Momo.
Em Três Ranchos, a chuva que voltou a cair há cerca de uma semana não foi suficiente para encher o lago da Usina Hidrelétrica de Emborcação, principal atrativo turístico da cidade. Sócio de uma casa de veraneio no município, o escriturário Sérgio Silva Costa, de 44 anos, diz que a estiagem trouxe prejuízo para muitas pessoas que contam com a renda extra nos períodos de alta temporada, como o Carnaval. “A gente até colocou a casa para alugar e não conseguiu interessados. É a pior seca que eu já vi de 14 anos para cá, nessa época do ano. A água ia até no fundo da minha casa e agora está há 10 quilômetros para frente. Para quem gosta de jet ski e lancha, acaba atrapalhando”, diz.
Em relação ao abastecimento de água, a Saneago diz que a vazão no Córrego Cutia é suficiente para a demanda de visitantes. Diz ainda que o sistema de abastecimento teve um incremento de 107% para atender a população flutuante.
A prefeitura de Pirenópolis informou, por meio da assessoria de imprensa, que o município passou por recentes obras de ampliação no sistema de abastecimento, com ampliação da captação no Rio das Almas, e o turista que procurar a cidade, com um dos carnavais mais tradicionais do Estado, não sofrerá com falta de água.
Na cidade de Goiás, a expectativa é receber cerca de 20 mil visitantes em três dias de festa. A secretária municipal de Turismo, Flávia Rabelo, diz que se reuniu com representantes da Celg e da Saneago para definir estratégias para atender o público da festa. No ano passado, a antiga capital sofreu um blecaute no sábado de Carnaval. “Até hoje não recebemos uma resposta sobre o qua aconteceu. Mas este ano, temos geradores para atender a Praça do Coreto.”
Até a semana passada, Aruanã tinha praias no Rio Araguaia, cenário totalmente atípico para esta época do ano. Mas, de acordo com a secretária de Turismo da cidade, Bibiane Corrêa, com as chuvas de fevereiro, o nível da água votou a subir e o turista deverá encontrar o rio cheio. No entanto, ela alerta que a pesca não é permitida, devido ao período de piracema.
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