sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

4 CIDADES COM RISCO DE EPIDEMIA



Um relatório preliminar do Levantamento Rápido do Índice de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa), atualizado ontem pela Secretaria Estadual de Saúde (SES), mostra 51 municípios goianos em perigo iminente por conta da dengue. Desse total, pelo menos quatro cidades estão em risco de epidemia da doença e 47 em situação de alerta. O mesmo mosquito transmite a chikungunya.
De acordo com a classificação do Ministério da Saúde, é considerada situação de risco quando o município apresenta focos do Aedes em mais de 4% dos imóveis visitados. Entre as quatro cidades com sinal vermelho na lista está Rio Verde, no Sudoeste goiano, onde uma gestante o bebê morreram após a mulher apresentar os sintomas da dengue. A cidade teve um aumento de 134%, em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com a superintendente em Vigilância e Saúde da SES, Maria Cecília Brito.
Outros 47 municípios registraram focos entre 1% e 3,9% dos domicílios (veja lista). Pela classificação do ministério, eles estão em situação de alerta. Esse número pode ser ainda maior, por se tratar de dados preliminares. Os municípios têm até o dia 28 de fevereiro para enviar dados para o fechamento do primeiro LIRAa de 2015.
Um menor índice no LIRAa, no entanto, não significa menor ocorrência da doença. Goiânia fechou os últimos três meses com focos do Aedes em 1,1% de imóveis visitados, sendo 35% dos criatórios encontrados em lixo e 19% em reservatórios de água. Mas a capital registrou, nas cinco primeiras semanas deste ano, 432 notificações de dengue, contra 78 casos notificados em 2014, um aumento de 80%.
Nas primeiras cinco semanas deste ano, 14.550 casos foram notificados em todo o Estado, número 34,47% maior que o registrado no mesmo período do ano passado. Atualmente, 10 mortes por suspeita de dengue estão sob investigação em Goiás.
Por conta da situação preocupante, o secretário estadual de Saúde, Leonardo Vilela, agendou uma reunião com todos os prefeitos e todos os secretários municipais de saúde no próximo dia 27. O evento será realizado no auditório Mauro Borges, no Palácio Pedro Ludovico Teixeira, e contará com a presença do governador Marconi Perillo.
“É um chamamento aos 246 municípios, para eles assumirem o combate à dengue. Estamos dando todo apoio, enviando medicamentos, cadeiras de hidratação e bombas costais, mas é importante que cada um cuide da sua casa”, diz.
Apesar de classificar o aumento dos casos de dengue como uma realidade nacional, o secretário diz que o acúmulo de resíduos é preocupante no Estado. “O que chama a atenção em Goiás é que a maior parte dos focos está em lixo e entulho e cerca de 80% deles dentro das residências”, constata o secretário.
Em todo o Estado, o lixo é representa 37% do problema com infestação. Os reservatórios de água ao nível do solo, como tambores e tinas, responderam por 18% dos criadouros do mosquito, seguido por vasos de plantas, bebedouros de animais, com 16%.
A SES reforça o pedido para a população tomar os devidos cuidados com o acondicionamento de lixo; evitar acumular água em bacias e outros recipientes sem a devida vedação, colocar areia em vaso de plantas e lavar diariamente os bebedouros de animais.
Maria Cecília Brito também pede aos gestores municipais que façam as devidas notificações. “Sabemos que há casos de subnotificação, quando os municípios maquiam os dados para não passar uma imagem negativa. Nós precisamos saber a realidade, pois só assim poderemos tomar as providências adequadas”, alerta a superintendente.


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