sábado, 19 de novembro de 2016

Marconi atua para que qualidade da energia seja foco do contrato da futura proprietária da Celg D


O governador Marconi Perillo recebeu nesta sexta-feira (18/11) os diretores da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) André Pepitone, Reive Barros e José Jurhosa, e o vice-presidente da Celg  Distribuição, Elie Chidiac, para discutir os termos do contrato da futura proprietária da Companhia Energética de Goiás, cujo leilão de privatização está marcado para o próximo dia 30. Durante a reunião, realizada no Palácio das Esmeraldas, Marconi afirmou que o contrato deve estabelecer regras claras e rígidas para os investimentos na ampliação da distribuição de energia, com foco na rápida melhoria do serviço prestado à população de Goiás.

Os diretores da Aneel e da Celg Par acataram as determinações de Marconi, que lembrou que a melhoria da qualidade da distribuição de energia também é a maior preocupação da Eletrobrás, acionista majoritária da Celg D, e do presidente da República, Michel Temer. A Eletrobrás detém 51% do controle acionário da estatal, que foi federalizada em 2012, e o Governo de Goiás, através da Celg Par, é detentor dos outros 49%. A receita da privatização será distribuída segundo essa proporção acionária. O valor mínimo para aquisição da companhia é de R$ 1,792 bilhão.

Segundo os representantes da agência e da estatal, o crescente aumento do interesse do mercado pela Celg D deve elevar o valor mínimo. Segundo os diretores da Aneel, a Eletrobrás acredita que o comprador vai pagar mais que o preço inicial. Para a empresa federal, a companhia elétrica tem potencial para crescimento, já que, nos últimos cinco anos, as vendas cresceram 5,8%, enquanto o mercado de eletricidade do país teve alta de 3%.

Chidiac afirmou que a presença da Aneel no Palácio é uma demonstração da segurança do investimento em Goiás. Ele ressaltou também que a empresa que arrematar a Celg na Bolsa de Valores deverá cumprir com ampliação e qualidade do serviço de distribuição aos goianos. "O leilão da Celg realmente vai trazer mais disputa e mais apetite para os investidores. Quem comprar a companhia terá que investir pesado na área em Goiás. E o mais importante, levar aos goianos energia com qualidade. Isso está no contrato.

Se for batido a martelo de venda da concessionária no fim deste mês, a Celg D será a primeira empresa a ser privatizada pelo governo do presidente Michel Temer. A privatização vai representar um grande passo ao governo federal, que já sinalizou a intenção de passar para o capital privado todas as companhias de distribuição de energia que estão sob o controle da Eletrobrás.

O BNDES, segundo André Pepitone, reavaliou o preço da Celg que agora está aderente ao valor de mercado. A perspectiva é de uma forte disputa pela empresa no dia 30.

Ainda segundo o diretor da Aneel, o Estado de Goiás é uma boa região para expandir investimentos, já que tem uma economia pujante. O contrato com a empresa que adquirir a companhia terá vigência de 30 anos.

Para os diretores da Agência, o Brasil apresenta agora uma estabilidade regulatória, respeito aos contratos e transparência, o que facilitará a venda da empresa. O investidor vai encontrar um negócio seguro e com regras claras.

Nesta semana, a Aneel decidiu que a concessionária que assumir a distribuidora de energia Celg-D terá facilidades a mais ao assumir uma das principais dívidas da companhia. O novo operador poderá atrasar o pagamento de parcelas da dívida da empresa com a usina de Itaipu, que totaliza R$ 854 milhões, com garantia de que o vencimento total não será antecipado. A decisão da Aneel atende ao pedido da Eletrobrás, detentora de 51% das ações desde 2012.

A dívida da Celg-D com Itaipu foi renegociada em fevereiro, conforme os termos de Medida Provisória sancionada em novembro de 2015.

 Com o apoio do governo de Goiás, a Celg conseguiu converter a dívida de US$ 364 milhões em reais pelo câmbio de 2 de janeiro de 2015, de R$ 2,69. Com a repactuação, o passivo da distribuidora ficou R$ 453,89 milhões menor. A medida foi tomada para facilitar a privatização da companhia. Para a Agência, a medida ajuda a mitigar os riscos do futuro operador da Celg D.
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