Uma armadilha para capturar ovos do Aedes aegypti tem sido utilizada pela Prefeitura de Goiânia para monitorar os focos do mosquito pela cidade. De nome curioso, a ovitrampa é mais uma estratégia utilizada no combate ao vetor, responsável pela transmissão da dengue, febre de Chikungunya e vírus Zika. As mais de duzentas armadilhas espalhadas pela Capital desde janeiro já recolheram 53.411 ovos. Os resultados obtidos servem para orientar as ações de combate ao Aedes no município.
O termo armadilha remete à ideia de que os mosquitos são presos e retirados de circulação, mas as ovitrampas servem para capturar ovos, sinalizar a quantidade de insetos em uma região e direcionar ações contra a proliferação do vetor. “A partir da quantidade de ovos encontrada em uma região é possível intensificar as ações de combate ao Aedes nessa área com o intuito de reduzir os índices de infestação”, explica o superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia, Robson Azevedo.
A ovitrampa é um método sensível, barato e que simula o ambiente perfeito para a procriação do Aedes aegypti. Para preparar a armadilha, um vaso de planta preto é preenchido com água, que fica parada, e atrai o mosquito. Dentro do recipiente é colocada uma palheta de madeira onde os ovos do vetor ficam presos. A inspeção das ovitrampas é semanal, quando as palhetas são encaminhadas para exames no laboratório da diretoria de Vigilância em Zoonoses da SMS e substituídas por outras.
Com ajuda de um microscópio, o material é analisado e os ovos identificados e contados. A partir dos resultados, é possível intensificar o combate ao Aedes aegypti nas regiões monitoradas. A coleta do material também permite que, após a eclosão dos ovos em larvas e já no ambiente laboratorial, sejam realizados testes para avaliação dos larvicidas usados nos criadouros em Goiânia.
Para trabalharem com as armadilhas, os agentes de combate a endemias receberam treinamento para triagem e identificação dos domicílios voluntários aptos a recebê-las, comunicação com os moradores e técnicas de coleta e armazenamento do material encaminhado para análise laboratorial. A localização das ovitrampas é monitorada constantemente pelas equipes para que a coleta dos ovos seja feita antes que estes se tornem mosquitos. Os critérios adotados para distribuição das ovitrampas entre as regiões da Capital foram os resultados do Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa) realizado em janeiro.
Combate ao Aedes
Na Capital, somente em 2017 já foram notificados 2.491 casos de dengue, 169 de doença aguda pelo vírus Zika e cinco de febre de Chikungunya. “Os números sinalizam a necessidade de vigilância constante para que o mosquito não prolifere e mais pessoas não sejam contaminadas pelas doenças transmitidas por ele”, pontua o superintendente de Vigilância em Saúde da SMS, Robson Azevedo.
É importante lembrar que os mosquitos não deixam de ir para pneus, caixas d’água ou ralos só porque existem armadilhas no ambiente. Robson Azevedo ressalta que “as ovitrampas são modelos de monitoração e sua presença nas residências não impedem que o trabalho tradicional de combate aos focos seja realizado”. Para se combater o Aedes aegypti, a orientação é impedir que o mosquito encontre locais para colocar seus ovos, como evitar o armazenamento de água parada, limpar calhas, não acumular lixo e colocar areia nos vasos de plantas.
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