O governador Marconi Perillo (PSDB) voltou a dar o tom do noticiário nacional ao afirmar que, em meio à aguda crise política e econômica em que o governo Dilma Rousseff está mergulhado, prevaleça a defesa das instituições e da estabilidade econômica. As declarações do tucano foram destaque ontem na imprensa nacional em meio ao alvoroço provocado pela reunião com governadores proposta por Dilma e a decisão da direção do PSDB nacional, sob o comando do senador Aécio Neves (MG), de estimular as manifestações de rua marcadas para 16 de agosto.
Os jornais Folha de S.Paulo, O Estado de S.Paulo, Valor Econômico e Correio Braziliense destacaram a posição de Marconi. De acordo com a matéria publicada nesta terça-feira (28/7) em O Estado de S.Paulo, Marconi Perillo (PSDB) afirmou que não interessa a nenhum governador “o prolongamento da crise econômica”. “É preciso conversar muito, todos nós, sobre as dificuldades que os governos enfrentam por causa da recessão”, disse Perillo, conforme reproduz a reportagem.
O jornal Valor Econômico aponta que os governadores do PSDB querem aproveitar a reunião para reivindicar a aprovação de propostas, como a reforma do ICMS e a criação dos fundos de compensação e desenvolvimento regional. De acordo com o texto, o governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), observou que rejeitar o convite da presidente poderia soar como um “boicote e um desprezo” à realidade atual do País.
“Marconi corroborou as palavras do correligionário ao ressaltar a ‘responsabilidade de gestão’ dos governadores e classificar como ‘indelicado’ uma eventual recusa, sobretudo no momento em que os Estados enfrentam problemas de caixa com a crise econômica”, assinala o Valor Econômico. Os jornais, em suas edições on-line e impressas, destacaram a frase do governador segundo a qual “não há nada de mais” que os governadores aceitem o convite da presidente, e que seria “deselegante” com Dilma caso eles não comparecessem ao encontro.
O Correio Braziliense segue e reforça que “integrantes do governo chegaram a temer pelo sucesso da convocação, especialmente depois do vazamento da informação de que o Planalto estaria interessado em buscar um pacto pela governabilidade e um apoio contra o julgamento das pedaladas fiscais”. “Para o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), seria indelicado recusar um convite da presidente para discutir a crise econômica brasileira”, aponta o Correio. “Não interessa, a nenhum de nós, o prolongamento da crise econômica”, reproduz o jornal, defendendo que os governadores tucanos definam com antecedência uma pauta conjunta do partido.
A coluna Painel, da Folha de S.Paulo, revela como ponto de atenção que “governadores convidados para o encontro com Dilma nesta quinta-feira articulam uma reunião prévia sem a presença da petista”. Conforme o Painel, “eles querem unificar posições e estabelecer uma pauta comum a ser debatida, para não ficar ‘a reboque’ da presidente”.
No encontro marcado para hoje de governadores com Dilma Rousseff, em Brasília, a oposição entrará dividida. O site do PSDB nacional deu ampla divulgação para a sugestão de Marconi Perillo em reunir os chefes do Executivo antes da reunião com a presidente. “‘Nós, governadores, temos a responsabilidade de gestão. Para nenhum de nós interessa o prolongamento dessa crise econômica’, afirmou Perillo em São Paulo”, relata o Portal Tucano.
A posição do governador de Goiás foi marcada antes mesmo dos protestos, em março, em que milhares de pessoas foram às ruas pedir o impeachment da presidente. À época, o presidente do PSDB, Aécio Neves, afirmou haver “motivo extremamente forte” para afastar Dilma, após a constatação pelo Tribunal de Contas da União (TCU) das chamadas “pedaladas” do governo federal para maquiar transações entre os bancos estatais e a União.
Em fevereiro, os principais jornais afirmaram que Marconi “remava contra a maré” das lideranças do PSDB. “Acho que a Dilma precisa ter condições de governabilidade, precisa tomar muitas medidas que só ela pode tomar, mas ela tem o direito a governar. Ela ganhou”, disse ao jornal O Popular. A posição do governador de Goiás dividiu a cúpula do PSDB, que acabou recuando nas investidas pró-impeachment.
O mais novo membro do time de opositores, o presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (PMDB), aprovou a criação, este mês, de quatro comissões parlamentares de inquérito (CPIs) – duas contra o governo. Cunha planeja, ainda, viabilizar na Casa o que tem sido classificado de pautas-bomba. Ele autorizou a criação das CPIs do BNDES e dos Fundos de Pensão. Outra medida foi despachar 12 pedidos de impeachment da presidente Dilma para tê-los prontos para serem analisados pela Câmara.
Na próxima sessão do Congresso, está marcada a votação de vetos a projetos que deverão gerar grande impacto nas contas públicas, como o que altera o fator previdenciário. Cunha afirmou haver grande possibilidade deste veto ser derrubado. No Planalto, a maior preocupação é com o projeto que dobra o reajuste do FGTS.
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