A estudante Regina Paula de Sousa, de 23 anos, sofre de uma doença rara e pesa apenas 38 kg. Ela luta para conseguir um leite em pó especial de alto custo nas farmácias da Prefeitura de Goiânia. Cada lata custa R$ 400 e a família afirma que não tem condições de arcar com o tratamento. Com a falta do produto desde 2012, a jovem já perdeu 20 kg.
A jovem sofre da Doença de Crohn, que ataca o intestino, além de causar febre e fortes cólicas. O alimento especial seria uma forma da jovem voltar a ter uma rotina normal. Porém, como ela não consegue o leite com a frequência necessária – ela deveria consumir 6 latas por mês – ela continua perdendo peso.
“Não é fácil, porque ele [leite] é o que me ajuda a comer bem, a cicatrizar o intestino para ter uma vida normal. É difícil”, diz a jovem. Este ano, Regina chegou a ficar internada em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) por nove dias.
A mãe da jovem, Josimara Ferreira de Souza Patrocínio, chegou a entrar com um uma ação no Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) para conseguir que a prefeitura fornecesse o leite. Entretanto, até hoje o órgão não deu nenhuma resposta à família.
“Isso te dá uma impotência. O que você faz? Para onde você corre? E o dinheiro que vai para a saúde para fornecer esses medicamentos? A gente reúne a família, arrecada daqui, dalí, e vai comprando, mas ela não toma regularmente, como deveria. A gente faz o que dá para fazer”, desabafa a mãe.
O MP-GO informou que tem cobrado das prefeituras a regularização do fornecimento desses alimentos especiais. Segundo o órgão, uma reunião feita no início deste mês, a prefeitura da capital informou que a licitação para a compra do leite estava em andamento, mas que a compra emergencial de algumas latas seria providenciada.
Já a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia disse que já fez a compra emergencial do leite especial que Regina precisa, mas ainda aguarda a entrega do fornecedor.
Aparecida de Goiânia
Uma família de Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana, também enfrenta dificuldades para conseguir o leite especial para um bebê de 1 ano e 5 meses. A menina tem alergia a um tipo de açúcar encontrado no leite e derivados. Com isso, ela é obrigada a seguir uma dieta restrita. Ela já está há duas semanas sem o produto e não tem recursos para comprar as latas.
Uma família de Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana, também enfrenta dificuldades para conseguir o leite especial para um bebê de 1 ano e 5 meses. A menina tem alergia a um tipo de açúcar encontrado no leite e derivados. Com isso, ela é obrigada a seguir uma dieta restrita. Ela já está há duas semanas sem o produto e não tem recursos para comprar as latas.
“Meu esposo está desempregado, a gente está com uma situação financeira difícil. E mesmo que não tivesse, o leite é bem caro. Seria mais de R$ 1 mil por mês só de leite”, disse a mãe da garota, a dona de casa Roseni Alves de Araújo.
Segundo ela, o leite especial está em falta na rede pública há dois meses. Com isso, a criança não consegue se alimentar direito. Atualmente, a base da dieta tem sido frutas e sucos.
A Secretaria Municipal de Saúde de Aparecida de Goiânia explicou que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou a não distribuição do leite especial que a filha de Roseni precisa, por causa de denúncias de que o produto estaria provocando alergia nos pacientes.
Como forma de substituição, o órgão informou que já pediu em caráter de urgência uma remessa de um leite especial de outra marca. A entrega deve ser feita em até 10 dias.
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