A Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária (SSPAP) e a Secretaria de Estado da Educação, Cultura e Esporte (Seduce) anunciaram o lançamento do programa “Escolas da Paz”, com o objetivo de criar nas escolas públicas do estado núcleos de segurança integrados por professores, pais, vigilantes, policiais civis e militares e as guardas municipais. O anúncio foi feito nesta sexta-feira (31) pelo titular da SSPAP, Ricardo Balestreri, e pela secretária da Educação, Raquel Teixeira, após reunião em que se buscou consolidar uma parceria entre as duas pastas para debelar a violência nas escolas.
O anúncio foi feito menos de uma semana depois de vir à tona dois assaltos ocorridos dentro de salas de aulas em Aparecida de Goiânia e em Abadia de Goiás. No primeiro município, o crime foi registrado na segunda-feira (27), quando dois homens armados saltaram o muro do Colégio Estadual José Alves de Assis, no Setor dos Afonsos e roubaram professores e alunos que faziam prova em uma das salas. Em Abadia, o crime também foi perpetrado por uma dupla armada na terça (28). Eles também roubaram alunos e professores.
Durante o anúncio do Escola de Paz, a secretária Raquel Teixeira lembrou que a Seduce já vinha atuando em parceria com as forças policiais do estado, no entanto, só a partir dessa reunião é que essa parceria ganha um caráter mais sistêmico e duradouro, a fim de levar mais tranquilidade às escolas. “O Escolas da Paz será apresentado rapidamente em um evento na presença de todos os diretores e professores”, destacou. Raquel Teixeira aproveitou para apresentar solidariedade às comunidades escolares vitimadas nos arrastões, mas reforçou a confiança no trabalho que está se iniciando neste momento. “Espero que continuem com a interação e a confiança necessárias, pois precisamos de todos para construir a escola da paz que propicie o ensino e a aprendizagem”, justificou.
O secretário Ricardo Balestreri informou que os casos recentes estão sendo investigados pelas polícias Civil e Militar e em pouco tempo os autores deverão ser apresentados. “Estas são medidas de curtíssimo prazo para solucionar esses crimes, mas a violência nas escolas é um problema nacional e que exige soluções de médio e longo prazo”, afirmou o secretário. Conforme acentuou, para enfrentar a situação, as duas secretarias vão se unir e atuar em conjunto, mas de forma sistêmica, permanente, a partir do programa denominado “Escolas da Paz”.
“Vamos utilizar a expertise das polícias Militar e Civil do nosso estado, mas também vamos buscar experiências realizadas em outros estados, principalmente os estados do Pacto Integrador, a que tenho a honra de presidir”, afirmou. Entre outros estados que enfrentam situações de violência nas escolas, segundo ele, está o Pará, que faz parte do Pacto Integrador de Segurança Pública, hoje com 16 participantes. “Estaremos reunidos no próximo dia 11 no Rio de Janeiro para tratar de demandas dos estados, e a violência nas escolas estará na pauta”, garantiu.
O projeto
O projeto Escolas da Paz terá, entre outras ações, um programa de formação de núcleos de segurança nas escolas, integrados por pais, professores, alunos, vigilantes, mas, também, por policiais civis e militares e pelas guardas municipais, onde houver. “A intenção é estabelecer parcerias também com as prefeituras para fortalecer esses núcleos permanentes de segurança nas escolas, com a intenção de buscar soluções para debelar a violência nas escolas”, disse o secretário.
Outra ação que começa a ser delineada no âmbito do ‘Escola da Paz’ é o treinamento por parte da Polícia Civil dos mais de 1.900 vigilantes que trabalham na segurança das escolas, para que estejam melhores preparados para a prevenção e o combate a situações de riscos à comunidade escolar. Segundo o delegado-geral da Polícia Civil, Álvaro Cássio, que também participou da reunião com a Seduce, a Academia da Polícia Civil já se prontificou a fazer esse treinamento.
Ricardo Balestreri destacou que o serviço de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária já detectou que os arrastões nas escolas são ações oportunistas e não se tratam de investida de grupos organizados. “Já fizemos um levantamento e vimos que esses crimes se dão por ação de grupos locais, oportunistas, mais fáceis de combater e já estamos identificando os criminosos”, acentuou.
Com o programa “Escolas da Paz”, conforme declarou o titular da SSPAP, Ricardo Balestreri, haverá uma convergência de ações entre educadores escolares e educadores das forças policiais. “As polícias goianas também têm uma experiência importante acumulada que vai se somar a essa disposição solidária da Secretaria da Educação”, argumentou.
Para o comandante da Polícia Militar, coronel Divino Alves, também presente na reunião com a secretária Raquel Teixeira, o policiamento foi reforçado nas imediações das escolas. “Já determinamos que em toda a grande Goiânia sejam intensificadas as visitas escolares, não apenas passando, mas para as equipes desembarcarem, fazerem contato com os diretores e professores, proporcionando a sensação de segurança devida durante todo o turno escolar”, afirmou.
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