quarta-feira, 29 de março de 2017

Vítimas emprestaram nome para líder de seita em contratos de R$ 300 mil


Três mulheres que se dizem vítimas de Diego Augusto Morais, líder de uma seita religiosa a qual frequentavam, cobram que ele honre compromissos firmados por meio dos nomes delas. Segundo o advogado que representa as seguidoras, Marcio Perillo, todas elas foram induzidas a assinar contratos de aluguel de imóveis usados pela Essenium, nome da entidade em que o homem agia. Porém, o inquilino não pagou as cobranças. O prejuízo acumulado seria de R$ 300 mil. Diego também é investigado por crimes sexuais.
Ainda conforme o defensor, os valores referem-se dois prédios onde eram realizados os rituais, nos setores Marista e Sul, além de um triplex onde Diego, conhecido como Mestre, morava, no Setor Bueno. Os bairros estão entre os mais nobres de Goiânia.
"São R$ 300 mil em dívidas com os imóveis, juntando aluguel, multas, IPTU e contas de água e energia. Há mais de quatro anos ele vem as enganando. Ele não repassava o dinheiro para as imobiliárias", disse Perillo.

Além de ceder os nomes para os contratos, os membros também pagavam uma mensalidade de R$ 180 para manter os templos. Uma das vítimas, de acordo com o advogado, chegou a fazer 17 empréstimos consignados para repassar dinheiro ao líder.
Para o delegado Isaías Pinheiro, responsável pelo caso, Diego tem o poder de enganar as pessoas. "Ele é um estelionatário. Esse tipo de pessoa não usa da violência, só o convencimento da palavra. Ele é um mestre no crime de estelionato, com certeza", destaca.
Além disso, o jovem também é investigado por lavagem de dinheiro, pirâmide financeira e crimes sexuais. De acordo com as investigações, ele oferecia o próprio sêmen como forma de purificação para os seguidores. Na lista, constam abusos e sexo mediante fraude.
A apuração começou no último dia 14 de março, quando pais de jovens que participam da seita procuraram a Central de Flagrantes da capital.
“Eles disseram que os filhos foram vítimas de abuso sexual na entidade. No entanto, como não configurou um crime em flagrante, o caso foi encaminhado para investigação aqui no 1º DP. Desde então, já ouvimos testemunhas e alguns participantes, que relataram sobre os crimes cometidos por Diego”, contou.
Em nota, a defesa de Diego negou a ocorrência de qualquer tipo de abuso sexual cometido pode ele. Sobre os contatos, o comunicado destaca que nenhum seguidor foi coagido a fechar contrato de aluguel e que os imóveis foram cedidos de forma consensual. Diante disso, está em negociação o levantamento dos débitos para a integral quitação.
'Sêmen divino'
Pinheiro diz que, entre os relatos das testemunhas, o que mais intrigou a polícia são as denúncias da distribuição do “sêmen divino” do próprio líder espiritual.
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