Mais de 20 pessoas denunciam que foram vítimas de um golpe ao tentar comprar imóveis em Goiânia. Segundo elas, um homem, que dizia ser corretor de imóveis, pediu um valor de entrada das propriedades e prometeu entregar a casa em um mês, mas recebeu parte dos valores e desapareceu. Somando o valor que cada um diz ter pago, ao todo, as vítimas disseram que foram lesadas em mais de R$ 170 mil.
O motorista William Misael dos Santos afirma que não estava pensando em comprar casa agora, mas, diante da oportunidade que apareceu, resolveu ouvir a proposta do homem. Ele conta que escolheu a casa e pagou mais de R$ 20 mil de entrada para o homem que se apresentou como correto. No entanto, ele recebeu o dinheiro e desapareceu.A Polícia Civil apura a situação. O delegado Jerônimo Rodrigues Borges, titular da Central de Flagrantes, afirmou ao G1 que, por volta das 16h30 desta sexta-feira (3), mais de 20 pessoas registravam ocorrência do caso na Central. Segundo as vítimas afirmam, elas acreditaram no sonho da casa própria e passaram dinheiro para Washington Luís da Silva, o suposto corretor.
"Primeiramente, quarta-feira, ele me bloqueou no Whatsapp. Eu fui atrás dele, mas não o encontrava em lugar nenhum. Aí, a gente começou a vasculhar nas redes sociais, e ele excluiu tudo. Tudo que leva a ele, ele excluiu", afirma o motorista.
O marceneiro Jaino Souza Magalhães relata que passou por uma situação parecida. Ele afirma que também acreditou que estava comprando uma casa, no Setor Jardim Colorado, em Goiânia, e que chegou a depositar mais de R$ 9 mil na conta do homem, mas não recebeu a casa e não tem notícias do corretor.
"Ele disse que tinha a casa para mostrar pra gente. Mostrou. A gente foi lá, viu a casa, e ele falou 'agora é a entrada'. Passamos a entrada para ele, e ele pediu um prazo. A gente deu, mas o prazo venceu e ele não entregou a casa. Eu queria a justiça, a prisão dele, e que ele devolvesse nosso dinheiro de volta", completou Jânio.
O delegado afirmou ao G1 que, até o fim desta tarde, ninguém havia sido preso. Ele afirmou que as investigações serão repassadas para o 21° DP.
Como evitar golpes imobiliários
O presidente da Associação Brasileira dos Mutuários e Habitação (ABMH), Wilson Rasvovit afirma que, antes de mais nada, não se passa dinheiro para alguém sem saber realmente quem é o vendedor e em qual situação está o imóvel.
O presidente da Associação Brasileira dos Mutuários e Habitação (ABMH), Wilson Rasvovit afirma que, antes de mais nada, não se passa dinheiro para alguém sem saber realmente quem é o vendedor e em qual situação está o imóvel.
"Tem que se fazer uma pesquisa para verificar se o imóvel não está alienado. No cartório de registro de imóveis, a pessoa pode verificar essa informação. Com relação ao vendedor, tem que pedir as certidões cíveis, fiscais, criminais, para verificar se existe uma execução, porque, muitas vezes, você vai comprar e o imóvel já está alienado por uma dívida do vendedor", relata o presidente.
Além disso, o presidente explica que é necessário verificar se o corretor está inscrito no Conselho Regional de Corretores de Imóveis em Goiás (Creci-GO). "Várias pessoas não estão [inscritas no conselho] e se denominam corretor, mas não têm autorização. É onde o consumidor tem que reclamar junto ao Creci, porque o órgao é responsável por fiscalizar isso", completa Rasvovit.
"O financiamento, vale lembrar, é feito principalmente por correspondente bancário. Então, é importante lembrar que ele só vai repassar a parte da corretagem, quando se verificar a documentação do imóvel e do vendedor, só aí ele vai fazer o pagamento", afirma.Conforme o presidente, não é certo passar o dinheiro diretamente para o corretor. O correto é ter um contrato de prestação de serviço entre comprador, vendedor e corretor, onde é colocada qual será a forma de pagamento entre as partes.
Para esclarecer se o corretor está inscrito no Creci-GO, a população pode acessar o site, ou ligar no número (62) 3236-7350. Conforme o presidente da ABMH, nesses contatos, as pessoas podem ter informação até se o corretor está com processos em aberto.
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