terça-feira, 17 de abril de 2018

Principais cidades goianas enfrentam dificuldades para cumprir piso nacional da educação


A crise financeira prejudica a vida da população dia­riamente. A recuperação da saúde econômica brasileira, que saiu há pouco do coma mas permanece internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), tem prejudicado gravemente a manutenção dos serviços das pre­feituras, entes mais fracos no pac­to federativo. Com poucos re­cur­sos, os prefeitos fazem o que po­dem – muitas vezes nem isso con­seguem – para continuar com as portas das sedes administrativas abertas.
Com o anúncio do reajuste do pi­so salarial profissional nacional (PSPN) da educação no final de de­zembro de 2017, que subiu 6,81% e ficou em R$ 2.455,35 este ano, gestores municipais têm rebolado para justificar a dificuldade em cumprir a base de vencimento es­tabelecida pelo Ministério da Edu­cação aos professores da rede mu­nicipal. Mas o problema não é al­go verificado apenas em 2018. Nos últimos anos, a situação de di­fi­culdade para conceder o aumento e adequar o pagamento ao estabelecido pelo ministro da Edu­ca­ção gerou até determinação da Jus­tiça para que prefeituras cumprissem o PSPN.
Das quatro cidades goianas com maior população, Anápolis é a que vive situação mais avançada na tentativa de cumprir o piso na­ci­onal da educação em 2018. No mês de janeiro, prefeitura e professores fizeram um acordo e o reajuste de 2,95% – parte dos 6,81% es­tabelecidos pelo PSPN – foi con­cedido aos 2.057 educadores efe­tivos. As negociações do restante do aumento ficaram para abril. “Em 2017, a inflação ficou em 4,85% e nós concedemos 7,64% de reajuste. Neste ano, em virtude do reajuste que foi dado acima da in­flação, com mais de 2% de ga­nho real em 2017, levou o município a ficar com gasto acima do li­mi­te prudencial previsto na lei, que é de 51,3%, chegando 54,2% das re­ceitas comprometidas com a fo­lha de pagamento”, afirma Geral­do Lino Ribeiro, secretário municipal da Fazenda.
De acordo com o titular da Secretaria Municipal da Fazenda de Anápolis, como a Lei de Res­pon­sabilidade Fiscal prevê que gas­tos acima de 51,3% das receitas com funcionários impedem a concessão de qualquer reajuste, a prefeitura não tem condições – pelo me­nos por enquanto – de cumprir com os 3,86% que faltam de aumento para que a cidade atinja o pi­so nacional da educação. “Todos os professores da rede municipal es­tão com salários acima do piso es­tabelecido pelo Ministério da Edu­cação. A média salarial em Aná­polis, que inclui plano de cargos, salários e progressões, é alta.”
Segundo os dados da Secretaria Mu­nicipal de Educação, os professores que cumprem carga de 40 ho­ras semanais têm média salarial de R$ 7.221,20. Entre os que trabalham 30 horas por semana esse val­or chega a R$ 5.323,71. Já para os contratos, todos efetivos, de 20 ho­ras semanais, a média atinge R$ 4.219,16. “Tivemos uma reunião com o sindicato no início do mês.
Além do reajuste de 2,95% concedido em janeiro, vamos começar a pa­gar as progressões”, descreve. Ao incluir os 2.057 professores da re­de municipal, a média chega a R$ 6.590,60.
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