quinta-feira, 20 de julho de 2017

Sem “padrinho” Caiado se fragiliza







É praticamente consenso que a candidatura do senador Ronaldo Caiado ao governo estadual só se viabiliza em termos efetivamente competitivos se ele estiver aliado ao PMDB. A razão é simples. O DEM de Caiado é um partido nanico em Goiás, com pouquíssimos prefeitos (e sofrendo deserções), desestruturado, sem capilaridade.
Verdade que o senador está rente ao PMDB, buscando conquistar esse apoio. Conta com o apoio de Iris Rezende na empreitada. Nas últimas semanas, fortes prefeitos peemedebistas declaram simpatia pela candidatura do democrata — Adib Elias (Cata­lão), Paulo do Valle (Rio Verde) e Er­nesto Roller (Formosa). Não é pouca coisa.
O problema — para Ronaldo Caiado — é que no PMDB há pelo menos dois nomes viáveis pa­ra uma candidatura ao governo: Maguito e Daniel Vilela. E eles têm apoios no partido. Neste momento, Daniel, que não por acaso é presidente do partido no Estado, é o pré-candidato peemedebista, o que é dito por líderes no interior e na capital. Mesmo deputados estaduais também endossam a tese. Neste momento, o PMDB está dividido nessa questão.
Há uma grita por renovação no partido. Isso é o mesmo que dizer em alto e bom som o nome de Daniel Vilela, que é jovem, mas também é experiente e habilidoso. Não é segredo para ninguém que Ronaldo Caiado é o preferido do líder maior do PMDB, o prefeito Iris Rezende. Mas Iris não tem força para ga­ran­tir a Caiado a candidatura ao go­verno. Os Vilelas dominam boa parte dos votos internos da sigla.
E Iris vem sofrendo pressão nesse sentido. A ponto de, no mês passado, num encontro com prefeitos peemedebistas, ter se sentido obrigado a se manifestar. Ele disse que apoiará qualquer decisão tomada pelo PMDB em relação às eleições do ano que vem. Iris se dirigiu diretamente a Daniel e a Maguito Vilela para dizer que acompanhará as deliberações do partido: “Daniel, eu, aqui, prestando essa homenagem ao companheiro Maguito, quero dizer: o que este partido decidir, determinar, sou um soldado desse partido.”
Pois bem, o restante dessa análise se faz na hipotética perspectiva de que Daniel Vilela será o escolhido para a candidatura pelo PMDB. Partindo desse ponto, considerando que Caiado não abrirá mão de ser candidato (mesmo sem o PMDB), então os eleitores goianos terão três nomes fortes, competitivos, na disputa pelo Palácio das Esmeraldas no ano que vem: José Eliton (PSDB), pela base aliada marconista, Daniel Vilela, pelo PMDB, e Ronaldo Caiado pelo DEM.
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