quinta-feira, 6 de julho de 2017

Quadro político para 2018 está parecido com o de 1994, quando Caiado não foi para o segundo turno


Especialistas em pesquisa e analistas políticos admitem, obviamente, que não é possível traçar um quadro preciso da disputa para governador de Goiás em 2018. Primeiro, porque os nomes não estão inteiramente definidos, embora todos apostem que serão candidatos Ronaldo Caiado, do DEM, José Eliton, do PSDB, e Daniel Vilela, do PMDB. Segun­do, porque as eleições ocorrerão daqui a 15 meses — um ano e três meses — e as circunstâncias, num país tão imprevisível, podem mudar a configuração político-eleitoral. É mais ou menos como diz a música “Como uma onda”, de Lulu Santos e Nelson Motta: “Tudo que se vê não é/Igual ao que a gente viu há um segundo/tudo muda o tempo todo no mundo”.
Apontadas as duas ressalvas, a partir do que disseram os experts, é possível apresentar um quadro mínimo — frise-se, especulativo.
Primeiro, o quadro atual é similar ao de 1994. Naquele ano, as pesquisas iniciais apontavam Ronaldo Caiado na liderança, com uma frente expressiva, com Lúcia Vânia em segundo lugar e Maguito Vilela em terceiro. O debate de ideias, com a consequente apresentação de projetos, mudou o quadro eleitoral. Aos poucos, com a radicalização das discussões, Ronaldo Caiado foi desidratando, Lúcia Vânia manteve-se estabilizada e Maguito Vilela cresceu.
O resultado é que foram para o segundo turno Lúcia Vânia e Maguito Vilela, com este sendo eleito governador.
Segundo, Lúcia Vânia e Maguito Vilela superaram Ronaldo Caiado porque contavam com mais estrutura e apoios — o que é decisivo em eleições majoritárias. Em 2018, se o quadro não mudar, dois candidatos, José Eliton e Daniel Vilela, contarão com estruturas tanto mais amplas quanto consolidadas em todo o Estado. Na eleição de 2014, Caiado foi eleito senador graças ao “balão de oxigênio” do PMDB — o que certamente não terá em 2018. José Eliton tem o apoio de uma megaestrutura política em todos os municípios de Goiás. A estrutura de Daniel Vilela é menor do que a do tucano, mas, ainda assim, é considerável. São as estruturas municipais — que recebem os postulantes e os apresentam aos eleitores — que fortalecem os candidatos a governador. Quem vai “pegar” na mão de Ronaldo Caiado, durante a campanha, e dizer: “Este é o nosso candidato”?
Terceiro, há uma tendência do eleitorado goiano — e isto pode mudar, é claro — de votar em candidatos radicais para o Legislativo (e até para o Senado) e em candidatos moderados para o Executivo. Em 1994, os políticos moderados eram Lúcia Vânia e Maguito Vilela, exatamente os dois que foram para o segundo turno. O radical, Ronaldo Caiado, ficou fora. Para 2018, o quadro é semelhante. Ronaldo Caiado permanece com um discurso radicalizado — que assusta o eleitorado, que, na média, é moderado — e José Eliton e Daniel Vilela são moderados, com discursos mais construtivos. Há, por fim, um governo, que banca José Eliton, que está melhorando sua avaliação.
O Ronaldo Caiado de 2018 pode repetir o Ronaldo Caiado de 1994? Pode. Mas é cedo para apresentar uma ideia cristalizada do quadro.
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