quinta-feira, 28 de março de 2019
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“Prejuízo é estratosférico e inestimável”, diz delegado da Polícia Federal sobre fraudes na Saneago
Levando em consideração os contratos firmados pela Sanaego com empresa
investigada na Operação Decantação 2 e as movimentações milionárias realizadas
pelos envolvidos no esquema de fraudes em licitações, a Polícia Federal ainda não tem
estimativa do prejuízo causado aos cofres públicos. “É estratosférico e inestimável”,
disse o delegado da Polícia Federal responsável pela investigação, Charles Gonçalves
Lemes, em coletiva de imprensa.
A segunda fase Operação Decantação foi deflagrada na manhã desta quinta-feira (28)
e apura fraudes em licitações e desvios de verbas públicas na Saneago. Foram
compridos cinco mandados de prisão temporárias e oito de busca e apreensão. O exgovernador
José Eliton foi um dos alvos das buscas. Um computador foi apreendido no
apartamento dele, localizado no Jardim Goiás, em Goiânia.
Em nota, Tito Amaral, advogado do ex-governador, afirma que não há indício concreto
do envolvimento do ex-governador nos fatos apurados pela segunda fase da Operação
Decantação, deflagrada pela Polícia Federal hoje. “Não existem fatos ou elementos
nesta investigação que coloquem em suspeita a lisura de José Eliton como vicegovernador
ou governador”, diz a nota.
Malas de dinheiro
A polícia encontrou uma mala com R$ 1 milhão na casa de Gisella Albuquerque, filha
de Luiz Alberto de Oliveira (Bambu), ex-chefe de gabinete de Marconi Perillo (PSDB).
Pai e filha foram presos. Na casa de Luiz Alberto, a polícia encontrou outra mala dentro
de um carro, também com R$ 1 milhão. “Pela quilometragem do carro, acreditamos que
o veículo era utilizado praticamente só para guardar o dinheiro”, disse Charles. Além do
mandado de prisão temporária, Gisella também foi presa em flagrante por posse de
arma de fogo.
De acordo com Charles, a investigação aponta para “nítido favorecimento de empresas
de propriedade de um casal” em contratos junto à companhia de saneamento. O
delegado refere-se a Carlos Eduardo Pereira da Costa e Nilvane Tomas de Sousa
Costa também foram presos na operação. Durante a coletiva de imprensa, o delegado
ainda não estava autorizado a falar o nome dos suspeitos.
Robson Borges Salazar, ex-diretor de Gestão e servidor da Saneago, também foi
preso. Ele é investigado por supostamente ter facilitado as fraudes. Robson, Carlos
Eduardo e Nilvane também foram presos na primeira fase da Decantação, que foi
deflagrada em 2016.
Defesa
Em audiência de custódia realizada na tarde desta quinta-feira (28), a Justiça Federal
determinou a manutenção da prisão temporária dos cinco investigados. Advogado de
Robson, Luis Rassi afirma que a defesa foi prejudicada com atraso na entrega do
processo, o que, segundo ele, tornou a elaboração de habeas corpus inviável. “Vamos
entrar com o HC amanhã no primeiro horário”, disse. A reportagem tentou contato com
as defesas de Luiz Alberto, Gisella, Carlos Eduardo e Nilvane, mas não houve retorno
até a publicação.
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