A Operação Confraria — que faz alusão às reuniões entre os envolvidos no esquema de corrupção —, desencadeada nesta quinta-feira (6) descobriu ligações entre os envolvidos na Operação Cash Delivery. Para o delegado que chefia a ação policial, os principais elos eram dois presos na primeira operação, com outros suspeitos. A Polícia Federal (PF) acredita que o principal articulador do esquema era o ex-presidente da Agência Goiana de Transportes e Obres, Jayme Rincón.
A criação e funcionamento de articulações dos bastidores da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Goiás (Codego), em 2015, foi apurada pela investigação, que checava principalmente as cobranças, o recebimento e a ocultação de valores indevidos. A situação criminosa, que qualifica lavagem de dinheiro, seria praticada pelos três comissionados presos.
A PF descobriu que havia um elo entre os investigados pela atual operação com os presos na Operação Cash Delivery. Segundo o delegado, Charles Lemes, “os presos hoje (6) tiveram contato com os policiais que entregaram a propina da Odebrecht ao ex-governador”. A defesa de Marconi Perillo (PSDB), um dos presos na ação de setembro, no entanto, retrucou, e nega que o tucano seja alvo desta operação.
PRESOS
Entre os presos, estão o ex-presidente da Agetop, Jayme Rincón; o presidente da Codego, Júlio Vaz, o presidente da Comissão de Trabalho da Codego, Márcio Gomes Borges, e a esposa dele, Meire Cristina Rodrigues Borges, que é assessora especial da governadoria do estado.
Entre os presos, estão o ex-presidente da Agetop, Jayme Rincón; o presidente da Codego, Júlio Vaz, o presidente da Comissão de Trabalho da Codego, Márcio Gomes Borges, e a esposa dele, Meire Cristina Rodrigues Borges, que é assessora especial da governadoria do estado.
Eles são suspeitos de envolvimento em crimes de lavagem de dinheiro por meio de contratos ilícitos. Segundo o delegado Charles, Jayme atuava como coordenador do repasse de valores da lavagem de dinheiro.
O advogado de defesa de Rincón, Romero Ferraz Filho, divulgou nota oficial. Segundo ele, a prisão desta manhã causou espanto, pois sequer houve pedido de prisão ou busca e apreensão formulado pelo Delegado da Polícia Federal que preside o inquérito. Ele reforça que vai tomar as medidas para libertar o cliente.
“A Operação Confraria, que foi deflagrada na manhã de hoje, causou espanto à defesa de Jayme Rincón, em relação ao qual sequer houve pedido de prisão ou busca e apreensão formulado pelo Delegado de Polícia Federal que preside o inquérito. Além do mais, foi fundamentada em elementos que já eram conhecidos quando o TRF-1ª Região revogou as prisões anteriores, dizendo serem desnecessárias. À defesa, que compareceu e acompanhou o interrogatório, foi negado o acesso imediato aos autos de investigação, em clara violação ao enunciado de súmula vinculante no 14 do STF. Entretanto, tão logo lhe seja franqueado, promoverá todas as medidas cabíveis para restaurar a liberdade de seu cliente”, diz o texto.
APREENSÕES
Foram apreendidos em Goiás, no Rio de Janeiro e no Distrito Federal, 14 veículos, entre eles carros de luxo, três apartamentos, quatro casas e joias. O material está avaliado em R$ 10 milhões. Também houve a apreensão de R$120 mil em espécie durante a ação.
Foram apreendidos em Goiás, no Rio de Janeiro e no Distrito Federal, 14 veículos, entre eles carros de luxo, três apartamentos, quatro casas e joias. O material está avaliado em R$ 10 milhões. Também houve a apreensão de R$120 mil em espécie durante a ação.
“Um casal que recebe aproximadamente R$15 mil reais tinha gastos mensais de R$30 mil, tinha veículos avaliados em R$600 mil, além de imóveis de R$4 milhões. Valores que comprovam a incompatibilidade com a renda recebida pelo casal”, explica o delegado Charles.
Em nota, o Governo de Goiás informa que acompanha os desdobramentos da Operação Confraria e que os servidores envolvidos foram afastados da função.
“O Governo de Goiás acompanha com atenção os desdobramentos da Operação Confraria, da Polícia Federal, realizada na manhã desta quinta-feira e informa que já foi determinado o afastamento dos servidores, citados na operação, de seus respectivos órgãos. O Governo de Goiás enfatiza ainda que apoia e colabora com todas as investigações do Ministério Público Federal e da Polícia Federal.”
CASH DELIVERY
A Operação Cash Delivery foi desencadeada no dia 28 de setembro e teve Perillo como alvo. O que motivou a apuração policial foram delações premiadas de executivos da Odebrecht. Eles afirmaram ter repassado R$ 12 milhões para campanhas do ex-governador em 2010 e 2014, em troca de favores. Para a PF, Rincón era quem recebia os recursos em nome de Perillo, que é apontado como chefe do esquema.
A Operação Cash Delivery foi desencadeada no dia 28 de setembro e teve Perillo como alvo. O que motivou a apuração policial foram delações premiadas de executivos da Odebrecht. Eles afirmaram ter repassado R$ 12 milhões para campanhas do ex-governador em 2010 e 2014, em troca de favores. Para a PF, Rincón era quem recebia os recursos em nome de Perillo, que é apontado como chefe do esquema.
No dia 28 de setembro, além de checar endereços do tucano, agentes também prenderam Jayme, então coordenador de campanha do governador derrotado nas eleições deste ano, José Eliton (PSDB). Ele foi colocado em liberdade no dia 5 de outubro, por decisão do desembargador federal Cândido Ribeiro.
Também foi preso o motorista de Jayme, o policial militar Márcio Garcia de Moura. Na casa dele, a polícia encontrou maços de dinheiro em espécie. O filho de Jayme, Rodrigo Godoi Rincón também está entre os investigados. Ele foi colocado em liberdade por um habeas corpus, concedido no dia 3 de outubro. O ex-policial militar e advogado Pablo Rogério de Oliveira e o empresário Carlos Alberto Pacheco Júnior também foram detidos e colocados em liberdade depois.
O ex-governador de Goiás Marconi Perillo foi preso durante o depoimento, na sede da Polícia Federal, em Goiânia, no dia 10 de setembro. Ele foi colocado em liberdade no fim do dia seguinte, por decisão judicial.
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