domingo, 9 de setembro de 2018

Segundo turno depende de ascensão de Daniel Vilela porque, se crescer, retira votos de Caiado


O candidato do DEM a governador de Goiás, senador Ronaldo Caiado, surfa na onda ética — como se fosse o cavaleiro solitário Clint Eastwood. O mar está revolto, mas o líder do Democratas até agora não caiu da prancha. Pode cair? Sim. Porque a campanha eleitoral está começando agora e os candidatos e suas propostas estão sendo expostos. Conforme a aceitação dos projetos e dos postulantes, o quadro pode mudar. O contraditório, nos debates, também começou a ser exposto. Por exemplo: Daniel Vilela, o candidato do MDB, tem dito, com frequência, que é, de fato, o candidato de oposição. Porque Ronaldo Caiado pertenceu ao grupo do Tempo Novo por um longo tempo e chegou a indicar o governador José Eliton (PSDB) para vice de Marconi Perillo (PSDB).
Ronaldo Caiado tem chance de ganhar no primeiro turno? Há uma expectativa de poder neste sentido. Mas cientistas políticos, pesquisadores e marqueteiros sublinham que os eleitores, embora não pareça, estão atentos aos candidatos e às suas propostas. A frente do postulante do DEM é, por enquanto, inercial — quer dizer, os demais candidatos só agora estão se tornando conhecidos. Da comparação entre os postulantes, como Ronaldo Caiado, José Eliton, Daniel Vilela (MDB) e Kátia Maria (PT), de repente, pode pintar surpresa.
Dado o peso da estrutura política, é natural que José Eliton passe a ter índices melhores a partir de 15 de setembro, aproximando-se de 15% a 20%, o que poderá levá-lo para o segundo turno. A tendência é que o candidato tucano absorva votos dos indecisos, sobretudo daqueles eleitores que avaliam que o governador é capaz como administrador — o que impede que Goiás se torne um Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul ou Minas Gerais — e aumente sua musculatura eleitoral.
Há uma interpretação não explicitada pelos comentaristas políticos. É provável que Ronaldo Caiado só diminua seus índices se Daniel Vilela crescer. Porque os dois disputam os eleitores que votam na oposição. Portanto, se o candidato emedebista crescer, chegando a 20%, a tendência é que o postulante do DEM se desidrate aos poucos. Seus aliados afiançam que está crescendo, porque é visto como a oposição de fato e um combatente da corrupção. Mas, se cair para 30% ou 32%, cria-se uma nova expectativa de poder, sobretudo fica sugerido que uma virada não é ficção. No momento, frise-se, não há clima de virada. Porém, se Daniel Vilela crescer, absorvendo mais votos da oposição, o presidente do Democratas tende a cair. O emedebista é, portanto, a peça decisiva para enfraquecê-lo. Se Ronaldo Caiado cair, Daniel Vilela sobe. Se Daniel subir, Ronaldo Caiado cai. É a lógica. O segundo turno depende muito de como o presidente do MDB vai “arrancar” votos de seu adversário.
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