quinta-feira, 12 de outubro de 2017
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Nove municípios goianos registram crescimento na quantidade de homicídios contra adolescentes
O número de assassinatos de adolescentes na faixa etária de 12 a 18 anos em Goiás cresceu em nove dos dez municípios com mais de 100 mil habitantes, entre os anos de 2005 e 2014. Os dados são do Índice de Homicídios na Adolescência 2014 (IHA), divulgados pela Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), órgão da Organização das Nações Unidas (ONU).
O IHA é calculado para cada grupo de mil pessoas na faixa etária determinada. Os números mostram que se o índice continuar a subir, de 2015 a 2021, 43 mil jovens podem ser mortos no Brasil.
Em Goiás, dez municípios foram analisados: Goiânia, Águas Lindas de Goiás, Anápolis, Aparecida de Goiânia, Formosa, Luziânia, Novo Gama, Rio Verde, Trindade e Valparaíso de Goiás.
Apenas em Luziânia o índice de homicídios de adolescentes diminuiu no período de 2005 a 2014. Neste município, o IHA saiu de 6,16 para 5,95. A cidade que apresentou a maior elevação foi Goiânia, que de 1,77 adolescentes mortos para cada mil, subiu para 4,76.
Na comparação com as outras Unidades da Federação, Goiás está na 10ª posição, com o número de 4,71 mortes para cada mil adolescentes. O estudo realizado pela Unicef mostra que esse número começou a crescer a partir de 2014.
Goiânia também está em 10º na comparação das capitais, com índice de 4,76, valor superior ao do Estado. A Região Metropolitana apresentou um crescimento, sobretudo em Aparecida de Goiânia e Trindade. A elevação do índice nestas cidades começou em 2008.
O gerente do Observatório de Segurança Pública, major Geyson Borba, explicou que, na região metropolitana, a evasão escolar é a principal causa do ingresso dos jovens na criminalidade. Uma vez no mundo do crime, o adolescente está mais suscetível à mortes precoces.
No entanto, o maior número de adolescentes assassinados está na região do entorno do Distrito Federal, cujas cidades mais violentas foram Águas Lindas de Goiás (5,33), Luziânia (5,95), Formosa (4,59) e Novo Gama (8,28). O município de Valparaíso também registrou IHA elevado, de 7,25.
Segundo Borba, o entorno do Distrito Federal é problemático por causa do crescimento desordenado da região em conjunto com a ausência de políticas públicas voltadas para os jovens. “Essas cidades são carentes pois não há investimento do Estado em educação, lazer, esporte. A inserção do jovem na sociedade de um modo geral é negligenciada”, avalia.
Situação
A pesquisa Adolescentes em conflito com a lei em Goiás: atos infracionais, vitimização e perfil socioeconômico, realizada pelo Núcleo de Estudos Sobre Criminalidade e Violência (Necrivi) da Faculdade de Ciências Sociais da Universidade Federal de Goiás (UFG) e divulgada em 2015 mostra que a participação de adolescentes em crimes é menor do que a de adultos, realidade semelhante à nacional.
Nos casos em que os adolescentes estavam envolvidos em atos infracionais, os mesmos eram de natureza pequena e contra o patrimônio, em 67,7% dos casos. No entanto, 44% dos homicídios no Brasil no ano da pesquisa foram de adolescentes entre 12 e 18 anos.
O estudo do Necrivi mostrou que a maioria dos jovens que cometem crimes e estão mais suscetíveis à morte ainda na adolescência é não-branco (75,9%), vem de família de baixa renda (62,8%) e não teve acesso à educação (69,8%). Além disso, apenas 6,9% desses adolescentes recebiam benefícios de programas sociais.
O major Borba lembrou a importância da educação para reverter os altos índices de mortalidade entre os adolescentes. “Uma pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostra que quando o Estado reduz a taxa de evasão em 1%, a taxa de mortalidade, entre 13 e 21, anos cai 5%”, explica.
Além disso, segundo o gerente do Observatório de Segurança Pública, o combate ao tráfico de drogas também é um fator importante a ser levado em conta para a redução da mortalidade de adolescentes. Ele acredita que as drogas são a porta de entrada para o mundo do crime e que os jovens são mais propensos ao envolvimento com entorpecentes.
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