quinta-feira, 12 de outubro de 2017

UMA VIAGEM DE FÉ, ESPERANÇA E AGRADECIMENTO EM ÁGUA LIMPA



Ainda é noite, muitos já se colocaram de pé e saíram em peregrinação. Todos os anos é assim no dia 12 de outubro, dia de Nossa Senhora Aparecida, na cidade de Água Limpa. Os fiéis, em agradecimento a alguma Graça recebida, já nas primeiras horas deste dia, se põe a caminho da "Capelinha", localizada a cerca de  oito quilômetros de Água Limpa. Saem nas primeiras horas da madrugada para aproveitarem a frescor da madrugada para a árdua tarefa.



Começa a clarear, não tanto quanto na imagem acima, mais clara devido a compensação de exposição feita pela lente em modo automático. Mas, mesmo nessas horas, as pessoas começam a se encontrar na estradinha que leva ao destino final. Umas indo, outras voltando. As vezes de pé no chão, sem poder dar uma palavra devido a promessa.



O sol, como que mostrando o caminho da luz, aparece. Mostra sua imponência e ao mesmo tempo, reverência, por aqueles que são determinados e guiados por sua fé. É o sorriso da natureza que, dando bom dia, que na maioria das vezes, não é percebido pelos transeuntes que trafegam absorvidos pela graça e pela fé.



A caminhada, para aqueles que tem algumas primaveras a mais, é também momento de saudade, mas não de uma saudade triste. Saudade da criancice, da roça, do leite no curral, da prosa, da castanha quebrada na pedra, da caça, por que não, da família. Os tempos mudaram, correria, tecnologia, muito bom também, mas a paisagem bucólica da região, lembra mais aconchego que a distância do hoje em dia.



Quando se chega ao destino, há confraternização, há principalmente fé. Reza-se o terço. Alguns de pé, outros de joelhos, mas todos com a mesma obstinação e fé. O local é acolhedor, rústico, com cheiro de roça, de casa de mãe de antigamente. O aperto no peito não é só de fé e agradecimento, é também de lembrança, de avós, de pais, de entes queridos que construíram esta tradição. (Todas as fotos estão disponíveis em www.agualimpagoias.blogspot.com)

Trecho do Poema "O Cântico da terra" da poetisa goiana Cora Coralina:

"Eu sou a fonte original de toda vida.
Sou o chão que se prende à tua casa.
Sou a telha da coberta de teu lar.
A mina constante de teu poço.
Sou a espiga generosa de teu gado
e certeza tranquila ao teu esforço.
Sou a razão de tua vida.
De mim vieste pela mão do Criador,
e a mim tu voltarás no fim da lida.
Só em mim acharás descanso e Paz."




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