quarta-feira, 7 de novembro de 2018

Operação do MP prende militares por tortura e ocultação de cadáver, em Goiânia


O Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) deflagrou, na manhã desta quarta-feira (7), a Operação Pacto de Silêncio que investiga policiais militares pelos crimes de tortura com resultado morte e ocultação de cadáver. A investigação é realizada por meio do Grupo Especial de Controle Externo da Atividade Policial (GCEAP) e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) em conjunto com a Corregedoria da Polícia Militar.
No total, nove mandados de prisão temporária e 11 de busca e apreensão estão sendo cumpridos. Entre os investigados estão: sete soldados e dois tenentes da Polícia Militar da capital. Os nomes ainda não foram divulgados pelo MP e, de acordo com o órgão, a investigação diz respeito ao desaparecimento de Pedro Henrique Rodrigues, de 22 anos. O jovem desapareceu em agosto, após ser abordado dentro da própria residência onde dormia com a esposa.
Tenente-Coronel Marcelo Granja, responsável pela Comunicação da Polícia Militar ressalta que a própria corporação conduziu os suspeitos à sede do MP e, posteriormente, ao 1º Batalhão da Polícia Militar. "Os policiais são de um batalhão da capital e as prisões são temporárias, de 30 dias. Os mandados de busca e apreensão foram realizados para apreensão de computadores e celulares nas residências. Todos estão envolvidos no mesmo caso e o inquérito policial foi instaurado após a denúncia recebida. Desde então eles já estavam em serviços administrativos. Durante toda a investigação eles se resguardaram ao direito de permanecer em silêncio", explica. 
O caso 
Na época, a esposa de Pedro Henrique, Islla Tamires Tavares de Melo, de 23 anos, afirmou que o marido havia sido preso em 2017, suspeito de tráfico de drogas, mas que respondia em liberdade. Ele também teria usado tornozeleira eletrônica por um tempo, mas já estava sem o equipamento e se apresentava, a cada 15 dias, à Justiça.
Os policiais teriam entrado na residência do casal no dia 15 de agosto afirmando que o jovem teria roubado o carro um dia antes, na procura de uma arma utilizada no assalto. Islla foi ao Ministério Público denunciar a tortura e disse que como os policiais não encontraram nada, pegaram um balde e começaram a afogá-lo e a darem choque com um taser. Eles teriam pedido uma camisa para o Pedro e afirmaram que o levariam ao Cais do Bairro Goyá. Desde então, ele não foi mais encontrado.
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