sexta-feira, 17 de novembro de 2017
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Ronaldo Caiado descarta Daniel Vilela e começa a polarizar com José Eliton
Observadores atentos da política de Goiás sugerem que, depois de certo silêncio, o senador Ronaldo Caiado — pré-candidato a governador de Goiás pelo DEM e tendo seu espaço nacional solapado pelo deputado federal Jair Bolsonaro — retomou as críticas, sobretudo ao governo do Estado. Há duas explicações para a mudança de conduta.
Primeiro, Ronaldo Caiado parece ter concluído, a partir de pesquisas, que seu principal rival é o pré-candidato do PSDB a governador, José Eliton. Porque o tucano, assumindo o governo em abril de 2018, ficará mais conhecido e ampliará seus contatos com líderes políticos e com a sociedade civil. A máquina, mesmo se não for usada eleitoralmente, representa uma força política incontornável. Além disso, o vice-governador tem o apoio do governador Marconi Perillo, do PSDB, que é o maior articulador político do Estado, e uma base política que não perde eleições há quase 20 anos.
Segundo, a polarização com o governo — quer dizer, com José Eliton —, indica que Ronaldo Caiado usa a tática de, indiretamente, tentar “retirar” o pré-candidato do PMDB, Daniel Vilela, do páreo.
Como decidiu que não é hora de “bater” em Daniel Vilela — supostamente uma sugestão do prefeito de Goiânia, Iris Rezende (PMDB), que ainda acredita numa aliança entre os dois políticos —, Ronaldo Caiado optou por fazer o enfrentamento com o governo do Estado, com críticas acerbas e frequentes. O recado é o seguinte: o senador, e não Daniel Vilela, seria a “oposição de fato”, e não uma espécie de “oposição consentida” (aliados do senador sugerem, nos bastidores, que o pai de Daniel Vilela, Maguito Vilela, só falta ter uma sala no Palácio das Esmeraldas, tal a relação cordial com os governistas, sobretudo com Marconi Perillo).
Há quem diga que Ronaldo Caiado, na agora agá, vai desistir para apoiar a candidatura de Daniel Vilela. O Jornal Opção tem ouvido alguns de seus aliados, tanto no DEM quanto nos pequenos partidos. Nenhum deles admite que o senador não será candidato a governador. Pelo contrário, todos afirmam que o presidente do partido Democratas vai disputar o governo — com ou sem o apoio do PMDB de Daniel Vilela e Maguito Vilela. Acredita-se, entre militantes do DEM, que parte dos peemedebistas subirá no palanque de Ronaldo Caiado. Samuel Belchior, ex-deputado estadual, Paulo do Vale, prefeito de Rio Verde, e Luiz Carlos do Carmo, suplente de senador (do líder democrata), devem apoiar a candidatura do senador. Os prefeitos de Formosa, Ernesto Roller, e de Catalão, Adib Elias, estão mais próximos do senador, mas afirmam que apoiam Daniel Vilela.
Curiosamente, Daniel Vilela também aposta que vai polarizar com José Eliton, no segundo turno. Sua estratégia e suas táticas, portanto, não diferem das de Ronaldo Caiado. Só resta saber quando os dois vão se atacar. Às turras já andam.
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