Deputado federal Célio Silveira (PSDB), deputado estadual Francisco Júnior (PSD), deputado estadual Henrique Arantes (PTB), senadora Lúcia Vânia (PSB), deputado federal Thiago Peixoto (PSD) e empresário Vanderlan Cardoso (PSB). Essa lista sêxtupla heterogênea (em ordem alfabética) é integrada por nomes que podem vir a ser vice do tucano José Eliton na chapa majoritária na disputa ao governo em 2018, conforme vem sendo cogitado nas conversas de bastidores. E essa lista pode aumentar no correr dos dias.
Em tempo: o leitor pode estranhar o nome da senadora Lúcia Vânia, e pensar que parece delírio analítico, quando é sabido que o grande objetivo dela é ser candidata à reeleição. Mas as razões serão explicadas mais à frente e aí se verá que a distância entre probabilidade e possibilidade pode ser curtinha.
Para início de conversa, talvez nenhum dos nomes citados admita que pessoalmente tenha a pretensão de ser o companheiro de José Eliton na difícil empreitada que se anuncia em 2018 pela conquista do Palácio das Esmeraldas. Um ou outro talvez admita que a hipótese já foi discutida dentro de seu partido, mas muito informalmente, sem aprofundamento.
A resposta padrão nesse caso é que ainda é muito cedo para tratar da chapa majoritária. Que todos os partidos devem procurar posicionar seus nomes, para no momento certo apresentá-los. Que todos os aliados são potencialmente “cabíveis” tanto na vice quanto nas outras posições —até mesmo a própria cabeça de chapa—, as duas vagas para o Senado e respectivas suplências (duas para cada).
Certo é que resposta padrão serve menos para responder à questão e mais para despistar. Neste momento, tratar do tema não é adequado pela razão muito simples de que realmente todos estão buscando se articular, o que abre um rol de hipóteses.
Não só 2018, mas 2022 também
Mas o leitor não se engane: as combinações de possibilidades estão sendo analisadas e os dados sendo jogados, visando não só 2018, mas 2020 (eleições municipais) e 2022, na sucessão ao governo de quem for eleito no ano que vem. Sim, é isso mesmo. Alguém poderá dizer que é loucura dizer que a eleição de 2022 começa antes mesmo de ser deflagrada a de 2018. Em certo sentido é loucura mesmo. Mas é assim que funciona a política.Mas a definição do nome não é tarefa simples. Inequivocamente, José Eliton e Marconi Perillo vão bater o martelo, mas não farão isso guiados apenas por simpatia pessoal, capricho ou algo assim. O vice terá de agregar articulação, mostrar poder de aglutinação com os demais aliados e levar consigo o apoio incondicional de seu próprio partido, de forma a ser fator de pacificação na base e não o contrário.
Ou seja, o vice de Eliton terá de contribuir de forma efetiva para o sucesso da campanha da base aliada. Mesmo porque, de antemão já se sabe que, eleita a chapa, o vice não será decorativo, pelo contrário. A lição vem sendo dada pelo tucano-chefe, que sempre delegou importantes funções e deu poder efetivo aos seus vices na administração.
Nessa altura, é importante registrar que as especulações sobre os nomes para a vice de José Eliton marcam uma mudança significativa de cenário político-eleitoral em Goiás. Há alguns meses, era difícil apontar uma possibilidade nesse campo. Mesmo que o vice tenha sido respaldado pelo mais importante cabo eleitoral do Estado, o próprio governador Marconi Perillo, nenhum partido da base admitia, nem mesmo nos bastidores, ter pretensão pelo posto. As coisas mudaram —e como mudaram!
A razão para essa mudança tem nome e endereço: programa Goiás na Frente, previsto para os 246 municípios goianos, ou pelo menos para todos aqueles cujos prefeitos quiserem a parceria do governo estadual para realizar obras. O Goiás na Frente é recebido com festa pelos prefeitos, que agradecem os recursos oriundos do governo estadual para a realização de obras.
E não só os prefeitos da base aliada caem de elogios ao programa, mas também os de oposição, uma vez que o Goiás na Frente é tocado sem partidarismos. Um exemplo se deu na semana passada, quando foi assinada parceria com a Prefeitura de Aparecida de Goiânia. O prefeito Gustavo Mendanha, do PMDB, ressaltou o caráter suprapartidário e reconheceu a condução do programa de forma republicana pelo vice-governador José Eliton.
“O Goiás na Frente é um projeto importante. Espero que o governo traga sempre boas notícias e investimentos. A parceria com o governo estadual foi fundamental para o desenvolvimento da cidade”, afirmou Gustavo Mendanha na assinatura do convênio.
O fato é que com a deflagração do programa Goiás na Frente, o índice de “elegibilidade” de José Eliton subiu as alturas. Ele, agora, é um baita cabeça de chapa e todos querem ser seu companheiro.
Vice agora poderá ser governador em 2022
Posto isso, vamos às razões objetivas do por que será muito interessante caminhar com José Eliton na chapa majoritária, partindo da perspectiva, claro, que ele terá sucesso e será eleito governador em outubro de 2018. Mas lembremos que, antes disso, no começo do ano que vem, ele assumirá a titularidade do governo, com a renúncia de Marconi Perillo para se candidatar ao Senado ou outro cargo no plano nacional.Como governador, José Eliton será, então, candidato à reeleição. Não poderá ser candidato ao governo novamente em 2022. E aí o caminho natural será ele se afastar antes de completar o mandato, para ser candidato ao Senado, e o vice assumirá. O resuminho dessa lição: o vice de José Eliton em 2018 será governador de Goiás em 2022, tornando-se candidato natural à reeleição. Exatamente o que está ocorrendo agora.
Definitivamente, política não é para quem tem visão curta.
Nomes possíveis para a vice de José Eliton
Celio Silveira (PSDB)
Médico, o tucano também está no segundo mandato na Câmara dos Deputados. Por duas vezes foi prefeito de Luziânia e deputado estadual, tendo presidido a Assembleia Legislativa. É reconhecidamente um dos maiores líderes políticos do Entorno do Distrito Federal.
Muitos consideram Célio Silveira o vice ideal para José Eliton justamente pela liderança que ele exerce naquela região, que concentra cerca de 800 mil eleitores e é crucial para o sucesso de qualquer projeto político-eleitoral majoritário.
Para que ele seja vice, nos bastidores é ventilada a possibilidade de Célio Silveira migrar do PSDB para outra sigla aliada, talvez o PTB, de forma a não ficar uma chapa praticamente puro sangue com Eliton ao governo e Marconi Perillo ao Senado.
Francisco Júnior (PSD)
Graduado em Direito, com mestrado em Desenvolvimento Urbano e Planejamento Territorial. É deputado estadual em segundo mandato. Francisco Júnior ingressou na vida pública pelo PMDB, no secretariado de Iris Rezende. Destacou-se como gestor na área de planejamento. Elegeu-se vereador por Goiânia em 2008 e presidiu a Câmara Municipal. Em 2010 elegeu-se deputado estadual sendo reeleito em 2014.
Francisco Júnior foi candidato à Prefeitura de Goiânia no ano passado. Não chegou ao segundo turno, mas fez uma campanha francamente propositiva, com um plano de governo consistente e que estava ganhando eco na sociedade. Seu nome ficou fortalecido na capital. Jovem, é um dos destaques da base aliada na Assembleia Legislativa e vai continuar galgando espaço na política goiana.
Henrique Arantes (PTB)
Graduado em História, Henrique Arantes tem o DNA político no sangue (é filho do deputado federal Jovair Arantes, presidente do PTB goiano). Está no segundo mandato como deputado estadual (eleito em 2010 e 2014). Foi secretário de Estado de Cidadania e Trabalho de Goiás (2011 a 2013) e vereador em Goiânia (2009 a 2010).
Henrique tem atuação destacada na Assembleia Legislativa, onde adota posições firmes. Mesmo sendo jovem, aprendeu a exercer a política de bastidores, de conversar muito, lição aprendida com seu pai e tutor político. Até pelo respaldo incondicional de seu partido, liderado por Jovair Arantes, Henrique se cacifa sobremaneira para a vice de José Eliton.
Lúcia Vânia (PSB)
O currículo político da senadora dispensa apresentação. Ex-primeira-dama de Goiás (governo de Irapuan Costa Júnior), deputada federal por dois mandatos consecutivos entre 1987 a 1995. Em 1994 candidatou-se ao governo de Goiás, pelo Partido Progressista, sendo derrotada por Maguito Vilela (PMDB). Filiada ao PSDB, foi secretária nacional de Assistência Social do Governo Fernando Henrique Cardoso. Em 1998 foi novamente eleita deputada federal. Em 2000 se lançou candidata à Prefeitura de Goiânia, ficando em terceiro lugar.
Em 2002 foi eleita senadora, reeleita em 2010. Em seus mandatos, tanto na Câmara quando no Senado, destaca-se por ser uma aguerrida defensora dos interesses de Goiás. Lúcia tem um currículo político que grita: falta o cargo de governadora.
Thiago Peixoto (PSD)
Economista, deputado federal em segundo mandato, Thiago Peixoto ingressou na vida pública como secretário de Iris Rezende. Elegeu-se deputado estadual em 2006, pelo PMDB. Eleito deputado federal em 2010. Rompeu com seu grupo político alegadamente em razão do atraso do líder Iris Rezende.
Convidado por Marconi Perillo, ingressou no governo tucano, como secretário de Educação e faz um trabalho reconhecido. Reeleito federal em 2014, volta ao governo estadual. Retorna à Câmara dos Deputados, em 2016. É um dos parlamentares mais atuantes da bancada goiana na Câmara Federal.
Vanderlan Cardoso (PSB)
Empresário de sucesso, Vanderlan entrou na política candidatando-se a prefeito de Senador Canedo, em 2003. Foi eleito derrotando políticos tradicionais que se tinham “donos” da cidade. Fez administração notável e reelegeu-se em 2007. Em 2010, candidatou-se ao governo, sendo derrotado, embora com boa votação.
Novamente candidato ao governo em 2014, ficou em terceiro lugar. No ano passado foi candidato à Prefeitura de Goiânia, vai ao segundo turno é é derrotado por Iris Rezende. O diferencial de Vanderlan Cardoso é a valorização do planejamento e o arrojo em administrar com visão empresarial.
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