segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Sobram nomes de um lado, faltam candidatos do outro


Governo e oposição peemedebista, o maior e mais denso núcleo de opositores no Estado, vivem uma curiosa si­tuação antagônica quando o assunto é candidaturas para compor a cha­pa majoritária nas eleições do ano que vem. O que tem em um la­do, às vezes até demais, falta no outro.
A chapa da base aliada para o governo tem a cabeça definida. Será o vice-governador José Eliton, que estará no exercício do governo durante o período eleitoral, o que fará dele candidato à reeleição. Definição desse lado, confusão do outro.
No PMDB, a guerra entre iristas e maguitistas tornou-se franca, aberta e sem quartéis para a definição do nome a ser ungido como candidato ao governo. Um lado defende o senador Ronaldo Caiado, presidente regional do DEM. O outro vai com o deputado federal Daniel Vilela, presidente regional do PMDB.
Disputa
A cabeça de chapa é o único cargo que está sendo disputado no PMDB, situação oposta da base aliada, pacificada em torno de José Eliton. Na chapa para o Senado, a situação é exatamente oposta. Até por falta de pretendentes, no PMDB não se ouve qualquer zunzum a esse respeito. Todos os cargos — dois titulares e quatro suplentes — estão à disposição para livre acesso. Já na base aliada o bicho tem pegado por excesso de candidatos.
Os dois senadores em fim de man­dato, Lúcia Vânia, PSB, e Wil­der Morais, PP, são integrantes da base aliada. Pelo menos, em tese. Há dúvida se a senadora, que deixou o PSDB e se aninhou na presidência regional do PSB, vai permanecer aliada ou mudará de trincheira política. Assim, as coisas começam a se complicar para encontrar o caminho mais ameno para conciliar todos os que querem disputar o Senado. Das duas vagas em jogo, uma delas teria destinação natural e cativa para o governador Marconi Perillo. Isso se ele não disputar voo nacional, seja como candidato a vice, seja como candidato a presidente da República. Se optar pelo Senado, a base terá somente uma vaga restante.
Se apenas três nomes já mostram que o problema existe, imagine então quando se abre o leque dentre os partidos mais importantes na composição geral da base aliada, como o PTB e o PSD. A dificuldade maior reside no PSD. O presidente regional do partido, ex-deputado federal Vilmar Rocha, diz que será candidato a governador ou a senador. O PTB diz que sua pretensão é mais tranquila, e vai se contentar em participar da chapa majoritária qualquer que seja o cargo. No caso, vice-governador ou senador.
Diante de tantos candidatos e, por incrível que possa parecer, tão poucas vagas, o governador Marconi Perillo chegou a dizer recentemente que poderia migrar sua atuação para o nível nacional, participando mais diretamente, como candidato ou não, da campanha presidencial do PSDB. Lúcia Vânia ouviu essa história, mas não acredita nela. A senadora entende que a presença do governador na disputa fortalece todos os candidatos da base aliada, e sem ele por perto a situação tende a se complicar inclusive eleitoralmente.
Balanço
O que é pior, ter apenas uma definição para fazer, como é o caso do PMDB com a disputa entre Daniel Vilela e Ronaldo Caiado, ou um grande número de bons nomes para escalar uma seleção imbatível? Os dois lados, embora vivam situações antagônicas, têm um problemão pela frente.
Candidatos a senador representam uma composição importante de força que o candidato a governador deve demonstrar para o eleitorado. Se o nome em cima é competitivo, mas seus companheiros de chapa majoritária são desconhecidos e sem apelos eleitorais, há prejuízos, embora não signifique um impedimento para a vitória sozinho. De qualquer forma, é obviamente um esforço de superação.
Já a profusão de candidatos em boa situação gera uma enorme dificuldade de tessitura política para evitar que o caldo entorne — entenda-se isso como abertura de dissidências. Para a base aliada, a esperança é que, mais uma vez, o governador Marconi Perillo consiga montar essa grande conciliação com o mínimo de prejuízos, se houver. A força da base é exatamente a unidade, exatamente o que sempre faltou nas oposições.
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