Uma exposição interativa permanente conta a história de vida e da obra da poetisa Cora Coralina, na casa em que ela morou na cidade de Goiás, região central do estado. O casarão do século XVII ganhou projeções e efeitos especiais que interagem com os versos famosos da escritora. Entre a fumaça que sai do tacho de cobre em que Cora fazia doces, saem pedaços de seus poemas.
“Nós temos um modo de apresentar a poesia hoje que ela toca mais profundamente por invadir não apenas o olho num processo de leitura convencional de uma página, mas ela traz um contexto diferente de você sentir a poesia”, disse o coordenador de mídias interativas da Universidade Federal de Goiás (UFG), Cleomar Rocha.
A exposição foi criada por pesquisadores da UFG, que levaram tecnologia para interagir com acervo já existente no Museu Casa de Cora Coralina.
O espaço cultural funciona na casa em que a escritora passou a maior parte de sua vida. A poetisa morreu há 31 anos, e desde então toda a mobília da casa foi mantida. No local é possível ver de perto manuscritos de obras famosas da escritora.
Na bica que fica no porão da casa, junto com a água escorrem também versos, projetados no fundo do canal. Para o educador Haroldo Tuma, que visitou a exposição a experiência permite aos turistas “beber literalmente na fonte de Cora Coralina”.
No máquina de datilografar, onde ela registrava seus poemas, saem projeções com os versos de “O cântico da terra”, que retratam como a poetiza se sentia no mundo.
A diretora do museu, Marlene Velasco, diz que Cora Coralina ia estar muito feliz se estivesse viva para ver a exposição. “Eu acho que ela estaria em estado de graça porque ela tinha o maior prazer em receber os turistas, conversar com os turistas, vender o seu doce, vender os seus livros. Ela fazia dedicatória pra cada livro que ela vendia”, disse.
O neto de Cora Coralina, Paulo Bretas, imagina como seria se a avó pudesse viver da experiência tecnológica que foi colocada em seu antigo casarão. “Cora ficaria muito feliz, eu tenho certeza disso! Cora sempre foi uma admiradora do progresso, do progresso da humanidade, das cidades. Ela gostaria muito de ver a tecnologia do século XXI incorporada à velha casa da ponte”, afirmou.
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