A Polícia Civil apurou que o bebê levado da Maternidade Nascer Cidadão viajou 30 km dentro do baú de uma motocicleta pilotada pela técnica em enfermagem presa pelo crime, em Goiânia. O delegado Wellington Lemos, que investiga o caso, disse que Elenita Aparecida Lucas Correa, a tia dela, a prima e o marido foram presos e devem responder pelo crime de subtração de incapaz.
O hospital é gerido pela Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc), que informou que vai demitir a funcionária. A empresa disse que colabora com as investigações, que a técnica trabalhava na unidade de saúde há cerca de 9 meses e que não havia apresentado problemas antes.
O neném nasceu no último dia 25 de maio. Segundo a Polícia Civil, a mãe dele queria colocá-lo para adoção e fugiu do hospital. Na quinta-feira (30), o garoto sumiu e, após 10 horas de buscas, foi encontrado na casa da prima da técnica e levado de volta para o hospital.
“Ela não trabalha naquele setor. Ela foi lá por livre e espontânea vontade e solicitou a uma das enfermeiras para segurar a criança para fazê-la arrotar. A enfermeira percebeu um vulto passando pela porta e notou que ela não estava mais lá”, explicou o delegado.
De acordo com as investigações, as câmeras de segurança da unidade não gravaram o momento, pois justamente o cabo da UTI Neonatal, onde o bebê estava, foi cortado.
O delegado contou ainda que, ao ser retirado do hospital, o bebê foi levado para a casa da tia da técnica em enfermagem e depois para a casa da filha de criação dela. A investigação apontou que a intenção da família era deixar a criança com a prima da técnica em enfermagem, porque ela havia perdido um bebê no sexto mês de gestação e não poderia mais engravidar.
Todos os envolvidos foram presos e devem responder por subtração de incapaz, que é um crime cuja pena vai até 6 anos de prisão.
O Conselho Tutelar assumiu a responsabilidade pelo bebê. Depois que ele receber todo o tratamento necessário no hospital, irá para adoção, segundo o conselheiro Ismael Carvalho.
“O juizado vai encaminhá-la [a criança] para uma unidade acolhedora institucional e daí a família que tiver em primeiro na fila do Cadastro Nacional de Adoção vai receber esse presente”, disse.